Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 30/07/2010, sobre apoio à candidatura política dentro das empresas.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Minha empresa quer que funcionários apoiem candidatos políticos'
"Eu trabalho em uma empresa de uma cidade relativamente pequena", escreve um ouvinte. "Meus patrões estão apoiando abertamente um candidato a deputado, e querem a colaboração dos funcionários. Não apenas para votar no candidato, mas também para ajudar a angariar votos, e usar um buton na camisa mesmo fora do horário de expediente. Foi também aberta uma lista para que voluntários se apresentassem para fazer panfletagem nos dias anteriores à eleição.
Mas os chefes estão pressionando para que todos os funcionários assinem a lista. Segundo disse meu chefe, os patrões ficariam insatisfeitos se algum funcionário não participasse desse esforço coletivo. Como não existem muitas opções de emprego na cidade, a maioria dos funcionários está assinando a lista. Eu me sinto coagido, porque não gosto nem de política e nem do candidato em questão. O que pode acontecer se eu me recusar a assinar a lista?"
Vamos lá. Um empresário pode apoiar um candidato fazendo uma contribuição para a campanha dele, dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação eleitoral. Um empresário pode também manifestar o seu apoio público a um candidato. Pode até subir em palanques e fazer discursos a favor do candidato.
O que um empresário não pode é forçar seus funcionários a participar da campanha, nem dentro e nem fora do horário de expediente.
Eu já vivi uma situação idêntica a do nosso ouvinte. E pelos mesmos motivos que ele alega, eu corri o risco de não aderir à campanha de um parente do dono da empresa em que eu trabalhava. Não me aconteceu nada, mas durante algum tempo eu temi que pudesse acontecer. Principalmente depois que o dito candidato teve uma votação inexpressiva e não foi eleito. Se eu tivesse sido dispensado, a empresa certamente alegaria algum fator que nem de longe teria a ver com a eleição, como redução de custos, por exemplo.
Está claro que o nosso ouvinte tem toda a razão do mundo ao não querer se engajar na campanha. Mas este é mais um daqueles casos em que todo mundo sabe precisamente o que deve ser feito, desde que não esteja na pele de quem precisa fazer.
Max Gehringer, para CBN.
2 comentários:
putz, isso aconteceu aqui nas eleições passadas, o dono de uma empresa era candidato a distrital e obrigou os funcionários a votarem nele. imagina, a empresa era de segurança, limpeza e conservação... só gente de nível fundamental e q precisava do emprego.
o cara foi eleito, claaaaro, mas agora está pagando na justiça.
gente, o voto é secreto. Cada um deve seguir o que acredita ser o correto.
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