Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 07/07/2010, sobre um empregado que foi ficando e agora não sabe o que fazer.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Após 10 anos, continuo no mesmo cargo e com o mesmo salário'
Uma mensagem cujo gênero eu não sei definir bem, mas vamos lá. Escreve um ouvinte:
"Eu sou aquele tipo de funcionário que 'foi ficando'. Quando eu tinha 18 anos, um parente me concedeu um emprego na empresa dele, e eu fui ficando. Vi novos funcionários sendo contratados, e outros sendo promovidos, e eu fui ficando. Quando decidir fazer uma faculdade, meu patrão-parente me propôs um horário flexível, para que eu pudesse conciliar o trabalho e o estudo. Depois que me formei, achei que devia esse favor a meu patrão-parente, e não aceitei propostas que recebi para mudar de emprego. Fui ficando.
Agora, tenho 29 anos e continuo mais ou menos na mesma situação em que estava quando comecei. O mesmo cargo e o salário apenas corrigido pelos índices de inflação. O que mudou é que ninguém mais me vê como alguém capaz de fazer mais do que eu faço. E eu não tenho recebido respostas quando mando currículos. Até entendo que uma empresa ficaria com um pé atrás ao ler o currículo de alguém que tem quase 30 anos e passou 10 anos sem sair do lugar. Será que meu destino é esse mesmo, o de ir ficando? Até quando?"
Bom, posso lhe dizer que não existe destino no mercado de trabalho. Isso é coisa de exoterismo e não de profissionalismo. O que aconteceu é que você acordou depois de 10 anos, avaliou a sua situação e decidiu que ela é insustentável.
Mas, você também acertou na conclusão. Seu currículo não vai despertar interesse, pelos fatores que você mesmo mencionou.
Há outro aspecto a considerar: 10 anos de ajustes mínimos significam um bom reajuste acumulado. Muito provavelmente, o seu salário neste momento está acima da faixa de seu cargo no mercado de trabalho. O que, se não é um risco agora, será se você continuar ficando.
Você teria que conversar com seu parente-patrão e pedir uma oportunidade interna, qualquer uma, em qualquer setor, mesmo sem aumento salarial. Vale mais a pena você tentar primeiro essa opção, do que partir para um emprego pior com um salário menor.
O que você precisa é acreditar que pode fazer mais do que faz, e só irá conseguir isso tentando mostrar que realmente pode.
Só não demore muito para ter essa conversa, senão o tempo continuará passando e voce continuará ficando.
Max Gehringer, para CBN.
3 comentários:
Acredito na realização profissional, mas com pés no chão. Tentaria essa opção de mostrar que posso mais antes de correr o risco.
bjsss
é bem isso que tenho pensado ultimamente.
já passou da minha hora..
não é um trabalho é uma mula que sempre faz a mesma coisa e recebe a mesma grama, que nem alguns empregados bestas da empresa que eu trabalho que deveriam receber ração de cachorro que salário.
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