Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 13/08/2010, sobre um ouvinte que fala demais. (Ele deveria saber que em empresas, quem fala pouco sempre é mais ouvido,
e que o problema não é falar muito, mas falar demais).
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Tenho bons resultados, mas não sou promovida porque falo demais'
"Meu problema é simples", escreve um ouvinte. "Eu falo demais. Isso é o que tem aparecido em minhas avaliações de desempenho. Por um lado, tenho conseguido superar todas as metas que me são passadas e sou muito elogiado por isso. Por outro lado, estou na mesma função já faz 6 anos, e vejo que colegas meus, com resultados piores que os meus, conseguiram promoções que eu poderia ter conseguido. E o motivo alegado por meus superiores é sempre o mesmo: o de que eu não seria um bom chefe porque eu falo demais. Não quero me justificar, mas gostaria de saber se isso não é uma desculpa que pode estar sendo usada por meus superiores, para me manter no lugar em que estou, só porque os meus resultados são bons."
Bom, se você fala tanto quanto escreve, os seus superiores provavelmente estão certos. A mensagem que você me enviou tinha 87 linhas, e eu tive que resumi-la para que eu tivesse espaço para responder. Em sua mensagem, você deu uma série de exemplos tanto irrelevantes quanto desnecessários, para que eu pudesse entender qual é o seu problema.
Eu lhe diria que você padece de ansiedade. Existem pessoas que quando ficam ansiosas, travam e não conseguem dizer nada. E existem outras que fazem o contrário, começam a falar destrambelhadamente, sem dar ao interlocutor a chance de interfeir na conversa.
Como você já percebeu, isso não afeta os resultados que você possa conseguir quando está calado e concentrado, mas interfere diretamente naquilo que se espera de um bom chefe: a capacidade de ouvir.
Num diálogo com um subordinado, um bom chefe faz as perguntas certas, escuta atentamente e aí dá a melhor orientação de forma bem sucinta. Não que não existam chefes que falem pelos cotovelos. Até existem, mas eles não fazem isso o tempo todo. Até os mais loquazes sabem que existem momentos em que o silêncio é o melhor conselheiro de carreira.
O nosso ouvinte só precisa controlar a ansiedade e entender que uma conversa não é um monólogo, e que os outros também podem ter algo interessante para dizer. E deve também entender que as intervenções alheias não prejudicam o raciocínio de quem fala, pelo contrário, ajudam a direcioná-lo melhor.
Como o nosso ouvinte disse lá no começo, o problema dele é simples. Simples de entender e simples de resolver.
Max Gehringer, para CBN.
Um comentário:
Eu não falo demais, eu xingo demais, o que seria pior?
Que se foda, ninguém vai me mandar embora.
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