Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 19/08/2010, sobre o campo de viver dando palpites e ideias, profissionalmente.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Tenho idéias para melhorar produtos, mas as empresas não aceitam sugestões'
"Eu tenho muitas ideias", escreve um animado ouvinte. "Vejo produtos no mercado e imediatamente começo a imaginar o que poderia ser feito para melhorá-los. Modéstia a parte, eu acredito que algumas de minhas ideias são ótimas, talvez porque as empresas já estejam acostumadas com o que fazem, e eu posso trazer uma perspectiva nova e diferente.
Então, o que eu fiz? Enviei cartas para umas 100 empresas, explicando que tenho sugestões e gostaria de apresentá-las. Se elas fossem aceitas, eu receberia uma percentagem insignificante das vendas do produto. Para minha frustração, não recebi uma só resposta. Nem mesmo um 'muito obrigado por ter tido o trabalho de nos escrever'. Será que as empresas não gostam de palpiteiros? Ou será que eu não estou usando a forma mais adequada para me comunicar?"
Bom, o que você está pensando em fazer, ser um gerador de ideias, não é algo incomum em países como os Estados Unidos, mas ainda é muito raro no Brasil.
Porém, pensando em meus tempos de executivo, eu também não chamaria para conversar alguém que me escrevesse dizendo "tenho uma ideia", sem ter a mínima noção de que ideia seria essa.
O que eu lhe sugiro é registrar as suas ideias. Você pode fazer isso de uma forma bem simples, descrevendo detalhadamente a ideia e solicitando que um cartório reconheça a sua firma e carimbe a data. Só isso lhe daria condições de pleitear legalmente a autoria da ideia, caso uma empresa decida passá-lo para trás. Aí, você mandaria a ideia bem detalhada para as empresas, deixando claro que você tem a posse legal dela.
Outra sugestão que lhe dou é a de abrir uma microempresa, com um nome bem chamativo, em vez de usar o seu nome de batismo, como você vem fazendo. Para uma empresa que receber uma carta sua, só isso já pode ser a diferença entre estar lidando com um curioso bem intencionado ou com um profissional.
Eu lhe incentivo a não desistir. Você está sendo pioneiro num setor muito interessante, e os pioneiros tendem a ser ignorados no começo. Insista, porque assim que você conseguir emplacar a primeira ideia numa boa empresa, ela será o seu cartão de visita para emplacar muitas outras.
Max Gehringer, para CBN.
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