2010-12-13

'Corro algum risco ao me transformar em sócio minoritário?' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 13/12/2010, sobre se é vantajoso entrar numa empresa como sócio minoritário ou como empregado.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Corro algum risco ao me transformar em sócio minoritário?'

sociedade negócios
"Recebi uma proposta diferente de emprego em uma empresa familiar de pequeno porte", escreve um ouvinte. "Como o dono mostrou muito interesse em me contratar, mas não pode cobrir o salário que ganho atualmente, ele me propôs ser sócio minoritário, com 5% de participação. Aparentemente é uma boa proposta, mas eu gostaria de saber se corro algum risco."

Sim, você corre. Ao se transformar em sócio, independentemente do percentual de participação, você se torna co-responsável por eventuais dívidas da empresa. No caso mais extremo, o de uma falência, você pode vir a ter os seus bens pessoais bloqueados.

Então, primeiro você precisa pedir que o dono lhe mostre os dois últimos balanços anuais da empresa, para você se certificar que ela é sólida. Se você não sabe analisar um balanço, o que não é nenhum desabono, peça para um amigo contador lhe dar uma explicação prévia.

Outro ponto importante é o da gestão. É claro que a última palavra será sempre a de quem tem 95% do negócio. Mas, como sócio minoritário, legalmente você pode pedir explicações sobre as decisões tomadas e ter livre acesso aos documentos contábeis e financeiros.

Porém, em empresas em que o dono sempre decidiu tudo sozinho, não é de se esperar que ele, de repente, esteja disposto a compartilhar os seus planos e estratégias. Logo, você precisa perguntar para o dono qual será o seu grau de liberdade para fazer perguntas e sugestões.

Se na conversa você sentir que o dono pretende tratá-lo como empregado e não como sócio, eu lhe recomendo outro caminho. Discuta um bônus anual até o limite de 5% do lucro, mas como empregado. E não como associado. Dessa forma, você teoricamente receberia um montante para complementar o salário, mas sem arriscar a sua poupança. Digo teoricamente porque, como empregado, você não terá acesso aos registros contábeis. E aí, tudo se resume a uma questão de confiança. Se o dono tem uma imagem de integridade no mercado, vale a pena você aceitar.

E finalmente, não se mostre desconfiado em excesso ao negociar com o dono. Senão, você pode melar uma boa negociação. Converse com calma, com jeito e com respeito. Eu enfatizei de propósito a parte mais assustadora da história não para desencorajá-lo, mas para informá-lo.

Max Gehringer, para CBN.

Um comentário:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

o problema de pegar uma sociedade assim é que a sociedade abarca tudo, inclusive os problemas da empresa.