Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 07/12/2010, sobre funcionários terceirizados e as festas de fim de ano que a empresa promove.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Funcionários terceirizados não foram convidados para a festa de fim de ano
"Preciso de sua ajuda", escreve uma ouvinte, "para explicar a trinta funcionários terceirizados que coordeno, o motivo de eles não terem sido convidados para a festa de Natal. A direção decidiu que apenas os empregados efetivos seriam convidados. E quando perguntei a meu diretor que explicações eu poderia dar aos terceirizados, a resposta dele foi esta: Eles não estão sendo convidados porque não são nossos funcionários, e sim, da agência que terceiriza mão de obra. Logo, ainda segundo meu diretor, essa agência é que deveria patrocinar uma festa para os seus contratados. Sei que não vou conseguir modificar a decisão do meu diretor, mas gostaria de ter um argumento melhor para evitar que trinta pessoas se sintam desconsideradas."
Bom, esse é um problema que fica mais sério a cada ano que passa, porque o número de terceirizados vem aumentando. A lei trabalhista permite, por exemplo, que as áreas de portaria e segurança sejam terceirizadas. Só que esses profissionais passam oito horas diárias na empresa, convivendo com os demais empregados. Daí, por sua visibilidade, o porteiro se torna mais conhecido na empresa do que a maioria dos empregados efetivos.
Dito isso, vamos avaliar a posição da empresa. Para ela, o terceirizado não é alguém que irá desenvolver uma carreira de médio e longo prazo. Não é alguém em quem a empresa irá investir. É alguém substituível de imediato. E isso torna o terceirizado diferente dos demais empregados, do ponto de vista puramente profissional.
Convidar um terceirizado para uma festa, ou para qualquer outra atividade interna, não diretamente ligada às tarefas que ele executa, seria colocá-lo no mesmo nível dos empregados efetivos. Para evitar que essa confusão possa ocorrer, a empresa utiliza situações óbvias, como a festa de natal, para deixar claro que a diferença existe. E muitas empresas têm receio de reduzir essa distância porque dar a um terceirizado tratamento idêntico dado a um efetivo, pode eventualmente resultar numa causa trabalhista, em que o terceirizado pedirá a sua efetivação por via judicial.
Nenhuma dessas explicações será facilmente digerida por um terceirizado que mostre até mais afinco e apreço à empresa, do que muitos efetivos. Mas ainda é melhor a nossa ouvinte expor os verdadeiros motivos, do que tentar inventar um que não seja real.
Max Gehringer, para CBN.
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