Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 08/12/2010, sobre o critério do tempo de casa para promoções.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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A promoção por 'tempo de casa', e não por mérito
"Trabalho em uma empresa", escreve um ouvinte, "que tem por norma promover pessoas pelo tempo de casa e não pelo mérito. Nos três anos que estou aqui, a empresa já perdeu vários profissionais muito bons, porque eles não concordaram em ficar anos esperando por uma oportunidade que claramente já faziam por merecer. Não que eu seja contra a experiência dos mais velhos, mas não acho que somente isso seja motivo para uma promoção."
Bom, vamos lá. Primeiro, eu não creio que o tempo de casa seja o único fator levado em conta. Se fosse assim, bastaria que um empregado atingisse um determinado número de anos de casa e a promoção dele seria automática. O que eu imagino que aconteça é que, dentre todos os que completam o tempo exigido pela empresa, alguns sejam promovidos, com base em outros fatores.
Mas eu concordo com nosso ouvinte que o mérito deveria ser o primeiro fator levado em conta. Mas essa é só a minha opinião. Quem tem o poder de decisão é a empresa. E é ela que estabelece os critérios a serem observados pelos empregados que ambicionam uma promoção.
A empresa do nosso ouvinte decidiu que lealdade e confiança são critérios que se sobrepõem aos resultados imediatos. E não há nem como dizer nem como, nem porque, ela estaria errada. O importante é que um funcionário, ao ser contratado, saiba que essa é a regra do jogo. A empresa estaria errando, se para atrair bons candidatos a emprego, prometesse a eles uma carreira rápida, com base nos resultados práticos, e o empregado só fosse descobrir depois da contratação, que a carreira dependeria mais da longevidade do que da competência em curto prazo.
Como nosso ouvinte afirmou que a empresa tem por norma promover os mais antigos, ninguém deve ter sido iludido no momento da contratação. Empresas que adotam essa prática dizem isso com orgulho no processo de seleção. Portanto, quem não concorda com a regra do jogo da empresa em que trabalha, como o nosso ouvinte parece não concordar, tem como opção procurar outro jogo para jogar, em empresas que tenham regras mais condizentes com as aspirações pessoais e profissionais de seus contratados.
Eu sou pelo mérito, que parece ser a tônica do século 21. Mas confesso que me sinto bem ao saber que ainda existem empresas à moda antiga, que valorizam um tempo longo tempo de dedicação, quanto valorizam o lucro.
Max Gehringer, para CBN.
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