Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 14/12/2010, sobre mentir no currículo.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Mentiras no currículo
Consulta de uma ouvinte sobre currículos. Ela escreve: "Algumas amigas minhas elaboram currículos que não correspondem à realidade. Elas afirmam que, se não fizerem isso, os seus currículos não chamarão a atenção de quem for avaliá-los. Então, elas inventam uma coisinha aqui, aumentam uma coisinha ali e criam um currículo chamativo. Eu acho errado mentir, mas fico imaginando se a minha sinceridade não irá me prejudicar, já que o meu currículo ficará parecendo pobre se comparado aos de minhas amigas."
Vamos lá. Mentir no currículo parece estar se tornando um esporte nacional. Tanto que a prática já chamou a atenção do Congresso. Atualmente, está tramitando um projeto de lei que prevê uma pena de dois meses a dois anos de detenção, para quem mentir no currículo. Isso mesmo. Se a lei for sancionada, quem mal arranha o inglês e bota no currículo que tem inglês fluente, pode ir para cadeia. A aplicabilidade dessa lei é discutível, porque uma empresa teria que constatar a falsidade de uma informação e aí mover um processo contra o candidato.
Eu não acredito que alguma empresa esteja disposta a tomar uma medida tão radical. Mas, por outro lado, o fato de existir uma punição tão severa poderá fazer com que um candidato pense duas vezes antes de maquiar ou turbinar o seu currículo.
E quais são as mentiras mais frequentes? São quatro. A mais frequente é a do idioma. A segunda é a da formação acadêmica, com a transformação de seminários ou palestras em cursos completos. A terceira é o exagero na descrição das tarefas efetivamente desempenhadas em funções anteriores. E a quarta é a participação em trabalhos voluntários. Essas seriam, digamos assim, as mentirinhas básicas.
Mas há os mentirosos mais corajosos, que simplesmente inventam cursos que não frequentaram ou funções que nunca desempenharam. Nesse caso, os bons entrevistadores são capazes de flagrar a esperteza numa entrevista. No caso das mentirinhas, nem sempre é possível descobrir a fraude, principalmente quando o candidato além de mentir por escrito, também sabe mentir falando.
O que eu recomendo à nossa ouvinte é que não se deixe levar pela onda de que a mentira traz vantagens e que, portanto, seria aceitável. Não é. Mesmo que pareça ser no curto prazo.
Max Gehringer, para CBN.
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