Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 02/09/2010, sobre um ouvinte em dúvida sobre o que é sucesso para ele, e se esse sucesso pode ser conseguido numa empresa de pequeno porte.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Trabalho em uma boa empresa, porém de pequeno porte'
"Eu não sei se deveria estar reclamando", escreve um ouvinte, "mas me sinto numa situação desconfortável. Trabalho numa pequena empresa que é ótima em tudo, menos em uma coisa. O proprietário já disse várias vezes que deseja manter a empresa do tamanho que ela está. Ele acredita que crescer iria trazer mais problemas do que alegrias, porque ele consegue administrar a empresa muito bem, sem ninguém dando palpite. E uma eventual expansão o forçaria a compartilhar o poder que hoje ele detém sozinho.
Aí eu penso: ganho bem, o ambiente é bom, a qualidade de vida também, mas eu estudei tanto pra quê? Pra ficar na mesma posição o resto da vida ou pra construir uma carreira? Às vezes acho que estou sendo ambicioso sem precisar ser, porque já tenho o que preciso. Outras vezes, penso que poderei me arrepender no futuro, por não ter arriscado um salto maior. O que você poderia me dizer para me tirar essa dúvida?"
Bom, eu lhe diria que você tem o emprego que centenas de milhares de brasileiros estão procurando, sem grandes preocupações, com um salário decente, convivência pacífica, qualidade de vida apreciável e relativa estabilidade.
A única interrogação está exatamente nesta palavra: estabilidade. Como você trabalha numa empresa privada, qualquer estabilidade, mesmo aquela que parece sólida, é muito relativa. Como também seria em qualquer empresa que você viesse a trabalhar. Na verdade, o risco de você ficar sem emprego aumentaria se você mudasse, porque numa empresa nova você já não teria mais os anos de confiança que acumulou na empresa atual.
O que você precisa fazer é definir o que você considera sucesso, sem se deixar influenciar por anúncios, que mostram profissionais com cara, roupa, carro e geringonças tecnológicas de gente bem sucedida.
Para mim, está claro que você se considera uma pessoa feliz. O que eu lhe sugiro é que você acrescente à sua vida coisas que vão fazer você se sentir ainda melhor, como dar aulas, ou colaborar com uma ONG, ou criar um blog sobre a felicidade de não querer ser o que a propaganda apregoa que você deva parecer.
De qualquer forma, não deixe de estudar e de se atualizar. Se algo ruim acontecer a sua empresa, qualquer futuro entrevistador entenderá a sua felicidade pessoal, mas não a sua obsolescência profissional.
Max Gehringer, para CBN.
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