Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Meu chefe é irritante e fica se gabando toda a hora'
Uma ouvinte escreve: "Tenho um chefe irritante. Ele passa o tempo falando do carro que tem, do tablet novo que comprou, das roupas de grife que veste e das viagens que fez a outros países. E também tem os amigos que ele vive mencionando: parece que todo mundo que ele conhece é chique e influente, bem diferente de nós, pobres coitados, que temos que dar duro para pagar as contas no fim do mês e não conhecemos ninguém ilustre. O pior é que tudo isso nada tem a ver com o nosso trabalho. Será que o chefe age dessa maneira porque ele pensa que esse tipo de conversa nos incentiva a querer ser como ele é? Porque eu não quero."
Bom, eu creio que todos nós conhecemos alguém como o seu chefe. Alguém que tem uma enorme necessidade de mostrar ao mundo que está acima da média. Alguém que precisa se destacar por aquilo que tem e não por aquilo que é. Alguém que quando você diz que foi comer uma pizza com os amigos no sábado, ele já menciona o nome de um vinho francês que degustou. Alguém que quando você diz que está estudando, ele já fala do MBA que concluiu.
O que posso lhe dizer é que gente assim, que vive avidamente buscando reconhecimento, costuma ser bem menos feliz do que parece. E esse nem é um fenômeno recente. Há mais de 100 anos, quando nada do que hoje é sonho de consumo ainda existia, o comportamento do seu chefe foi exemplarmente descrito pelo poeta maranhense Raimundo Correia, que escreveu:
"Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja a ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!"
Max Gehringer, para CBN.
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