2014-07-25

'Mesmo formado em direito, continuo sendo garçom' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 25/07/2014, sobre como no Brasil algumas funções são desvalorizadas perante os olhos alheios, mas que são grandes oportunidades de carreira.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Mesmo formado em direito, continuo sendo garçom'

garçom

Escreve um ouvinte: "Apesar de eu ter me formado em Direito, eu sou garçom, desde antes começar o curso e até agora, mais de três anos depois de formado. Sinto que muitas pessoas torcem o nariz quando digo que sou garçom, como se eu não tivesse mostrado empenho ou habilidade para conseguir algo melhor na vida, e por isso tivesse que me contentar com uma função que a maioria dos jovens não vê como uma carreira. Acontece que tenho contato com muitos dos meus ex-colegas de faculdade e sei que ganho bem mais do que quase todos eles, embora alguns deles estejam empregados em empresas famosas e de grande porte. Pergunto se estou errado em não partir para algo que transmita um pouco mais de respeito quando converso com as pessoas?"

Não! Você está muito certo. Ao contrário do que acontece em países do hemisfério norte, onde existe bem mais respeito pelo trabalho que cada pessoa executa, no Brasil é até comum um jovem preferir ganhar menos em uma função em que ele trabalhe sentado, em um ambiente com ar condicionado, do que se dedicar a uma função em que ele ganharia muito mais, mas teria que sujar as mãos, suar ou usar macacão durante o expediente.

A possibilidade de obtenção de um diploma de curso superior no Brasil ajudou a exacerbar a ideia de que ser mecânico, garçom, marceneiro ou eletricista, é estar um passo atrás na carreira, quando na verdade essas são funções que pagam salários muito convidativos e que estão em falta no mercado de trabalho.

Max Gehringer, para CBN.


Nenhum comentário: