2014-07-08

'Nos últimos cinco anos, aceitei dois empregos que pagavam menos que o anterior' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 08/07/2014, com um ouvinte que tem aceitado empregos ganhando menos do que ele ganhava.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Nos últimos cinco anos, aceitei dois empregos que pagavam menos que o anterior'

salário caindo

Um ouvinte escreve: "Minha função é de analista em uma empresa de porte médio. Já completei 19 anos de carreira e nos últimos cinco anos passei pelo dissabor de ter que aceitar dois empregos ganhando menos do que eu ganhava anteriormente. Na primeira vez, reduzi o meu salário em 17%. E na segunda, em 21%. Não estou entendendo o que está acontecendo, até porque eu nunca achei que ganhasse muito."

Vou tentar lhe explicar. Há 15 anos, em 1999, o salário de admissão de um analista financeiro em uma empresa de porte médio era de 1600 reais. Eu tirei esse dado de pesquisas salariais publicadas em jornais da época.

Se aplicarmos a esse salário inicial somente um reajuste correspondente a inflação registrada nesses 15 anos, o salário atual chegaria a 4200 reais. Acontece que é quase impossível alguém ter começado a carreira há 15 anos e ter passado todo esse tempo sem ter tido reajustes acima da inflação, devido aos acordos sindicais.

O mais provável é que alguém que ganhava 1600 reais em 1999 e que continue na mesma função, ganhe atualmente perto de 6000 reais. Só que hoje o salário de admissão de um analista financeiro em uma empresa de porte médio é de 3500 reais. Ou seja, 40% menos.

Na prática, isso quer dizer que quando uma vaga aparece, surgem bons candidatos dispostos a aceitar o que a empresa paga. E aí, os profissionais que já estão nela ou no mercado há tempos, parecem estar ganhando muito. Não estou lhe dizendo que isso seja justo, muito pelo contrário. Mas explica seus dois recentes dissabores.

Max Gehringer, para CBN.


Nenhum comentário: