2014-07-07

'Trabalho em uma empresa típica do século XV, mas que é surpreendentemente lucrativa' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 07/07/2014, com uma ouvinte que trabalha em uma empresa cuja gestão de pessoas é arcaica, mas que tem lucro.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Trabalho em uma empresa típica do século XV, mas que é surpreendentemente lucrativa'

ambiente de trabalho ruim

Um ouvinte escreve: "Trabalho em uma empresa típica do século XV. Nem mesmo um setor de recursos humanos, nós temos. Cumprimos as ordens que recebemos, mesmo sabendo que mais adiante o erro irá aparecer e os funcionários serão responsabilizados, porque os chefes irão se isentar de culpa como sempre fazem.

O que mais me espanta é que esta empresa é muito lucrativa, mesmo atropelando as noções mais elementares de gestão. Se o lucro fosse resultado de alguma prática ilegal, eu ate entenderia, mas sei que não é porque trabalho na contabilidade. Se fizéssemos um produto que ninguém mais faz, eu também entenderia. Mas temos concorrentes de maior porte que fazem produtos similares e que praticam técnicas modernas de gestão, mas não conseguem lucrar o que nós lucramos. Sei disso porque os nossos concorrentes publicam seus balanços e podemos comparar os números. Há alguma explicação para isso?"


Sim. As empresas maiores e mais organizadas, que você menciona, têm custos que a sua não tem. O fato de uma empresa ser meio bagunçada no tocante a determinações de chefes, não significa que haja descontrole de despesas e gastos desnecessários.

As melhores empresas para se trabalhar certamente são aquelas em que os funcionários são bem remunerados e bem tratados. Isso resulta em maior satisfação e melhor ambiente, mas não necessariamente em lucro maior.

Há muitas empresas como a sua no Brasil, mas elas ficam à margem da mídia, porque não pega bem destacar o que se considera como um mau exemplo de gestão do capital humano.

Max Gehringer, para CBN.


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