2015-05-21

'Acabei de entrar numa empresa que atropela a ética' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 20/05/2015, com um ouvinte que entrou numa empresa antiética e pergunta se pede a conta imediatamente ou não.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Acabei de entrar numa empresa que atropela a ética'

empresa antiética

Um ouvinte escreve: "Comecei nesta empresa faz dois meses, mas descobri que os procedimentos dela não batem com os meus valores pessoais. A empresa atropela a ética, engana os clientes e não respeita os direitos trabalhistas dos empregados. Pergunto se eu deveria pedir a conta, mesmo com o risco de passar um bom tempo desempregado, porque sei que o mercado de trabalho não está nenhuma maravilha para quem procura emprego?"

Vamos lá. Um empregado, que descobre que a empresa em que trabalha está agindo ilegalmente, começa a trilhar um caminho perigoso. O primeiro passo é o da atitude complacente, a de dizer a si mesmo que muitas empresas devem fazer a mesma coisa. Essa conivência silenciosa já transforma o empregado em agente passivo do processo.

O segundo passo é o de se convencer de que manter a honestidade, mesmo cercado por mazelas, é suficiente para não fazer parte delas. Em muitos casos, esse empregado não deixará de mostrar sua indignação com a corrupção que assola o Brasil, enquanto aquilo que ocorre na empresa em que ele trabalha, passa a ser visto somente como um grão de areia num oceano.

O que eu posso lhe dizer é que, cedo ou tarde, você será instado a fazer parte ativa no processo antiético na sua empresa. Se você decidir esperar que isso aconteça, será mais difícil dizer "Não!", porque você já compactuou com o sistema.

Então a resposta é: sim. Você deve manter os seus valores pessoais e pedir a conta. Mesmo sabendo que uma minoria na sua situação tomou ou tomaria essa decisão.

Max Gehringer, para CBN.


Nenhum comentário: