Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 21/10/2009, sobre a lealdade dos subordinados na hora da demissão.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Ninguém deve permanecer ou sair de uma empresa por lealdade ao chefe
"Sou gerente de uma empresa de grande porte", escreve um preocupado ouvinte. "Temos dois problemas que já vêm de longe: uma alta rotatividade de pessoal e uma péssima comunicação interna. Isso ocasiona frequentes ondas de boatos, cuja origem ninguém sabe. Mas que por não serem desmentidos pela direção, acabam afetando negativamente o ambiente de trabalho.
Desta vez, o alvo sou eu. Faz alguns dias, começou a circular um rumor maldoso de que vou ser dispensado. Meus subordinados ouviram, vieram me contar e me disseram que, se eu sair, eles sairão junto comigo. Gostaria de saber se posso usar isso como argumento numa conversa franca com meu diretor."
Poder, você pode, mas não deve. Não porque não seja um bom argumento, mas porque não é verdade. Essa foi uma maneira simpática, porém não sincera, de seus subordinados mostrarem apreço por você.
Se a sua demissão de fato se confirmar, não espere que uma única pessoa vá abandonar o emprego simplesmente por uma demonstração de lealdade. Muitos chefes já acreditaram nisso e se frustraram.
Você não é um profeta com seguidores que se atirariam do alto da montanha. É um gerente, que está em terceiro lugar na lista de prioridades dos seus subordinados. As duas primeiras são a vida familiar e a carreira. E as duas dependem da manutenção do emprego atual.
O melhor que você pode fazer é agradecer essa demonstração de solidariedade e dizer que ninguém deve ficar na empresa, ou sair dela, só por sua causa. Seus subordinados assinaram um contrato de trabalho com a empresa, e não com você.
O que eu já vi acontecer, e muitas vezes, é o chefe mudar de emprego e convidar os subordinados mais eficientes e mais leais, a acompanhá-lo. Mas isso sempre inclui uma oferta de emprego e não uma proposta coletiva de desemprego.
Por outro lado, não é uma boa ideia você ir conversar com o seu diretor sobre o boato de sua demissão. Isso passaria uma sensação de insegurança da sua parte.
O melhor é você se preparar para a pior hipótese. Ou para melhor, já que pela descrição da situação, você está em uma empresa que não oferece muito futuro e tem subordinados que não vão cumprir o que lhe prometeram.
Max Gehringer, para CBN.
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