Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 14/10/2009, com uma interessante comparação da carreira com a culinária, sobretudo no tocante à educação. Infelizmente, eu acho que o áudio disponibilizado em mp3 pela CBN está cortado no final, mas nada que atrapalhe o entendimento.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Escolaridade é indispensável, mas sozinha não atrai promoção
"Tenho uma lista de cursos que encheria duas páginas de um currículo", escreve um ouvinte. "Mesmo com essa escolaridade, não tenho tido oportunidades para demonstrar que mereço uma promoção. Pior ainda, os recém-promovidos não têm a metade do meu estudo. Por isso eu pergunto, estudar pra quê? Se as empresas parecem não valorizar o estudo."
O nosso ouvinte tocou num ponto nevralgico nas relações de trabalho no século 21. Por isso, hoje vamos falar de culinária.
Vou pedir ao ouvinte para imaginar a sua carreira como se ela fosse um bolo. Assim como a carreira, um bolo precisa ter uma boa apresentação, muita substância e um sabor apropriado.
Para se preparar um bolo, começa-se com uma lista de ingredientes, que no caso do bolo da carreira, são a escolaridade, o marketing pessoal, os resultados mensuráveis, o bom relacionamento em todos os níveis e uma pitada de liderança.
Muito bem. O que parece estar acontecendo no caso de nosso ouvinte, é que ele tem uma razoável quantia de um dos ingredientes: a escolaridade. E uma certa deficiência, embora ele não perceba isso claramente, de alguns dos demais ingredientes.
E o nosso ouvinte está fazendo o que nenhum confeiteiro de mão cheia faria: aumentar a dose de farinha para compensar a falta de fermento. Ao fazer mais cursos, nosso ouvinte imagina que esse ingrediente será um substituto para os demais, o que não é verdade. Tratado dessa maneira, um bolo desmancharia, ou ficaria sem apelo visual ou não teria o sabor adequado.
Minha sugestão para o nosso ouvinte é que ele preste atenção aos bolos alheios. É bem provável que alguns de seus colegas, mesmo tendo menos ingredientes em mãos, estejam conseguindo extrair deles, uma receita final mais palatável.
Não estou dizendo que escolaridade não é importante. Mais que isso, ela é indispensável.
Max Gehringer, para CBN.
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