Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 17/08/2010, sobre um ouvinte que teve o tratamento com os colegas alterado, para pior, depois que começou a estudar.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Comecei uma faculdade e o tratamento dos meus colegas de trabalho mudou'
Escreve um ouvinte: "Estou passando por uma situação que não sei bem como enfrentar. Eu trabalho há 5 anos na área industrial de uma empresa de porte médio. Não ocupo um cargo de liderança e meu trabalho é burocrático. Tenho 26 anos e comecei este ano, um curso de Engenharia de Produção, um ótimo curso por sinal, estou aprendendo muito. Porém, na empresa em que trabalho ninguém tem curso superior. São todos funcionários experientes, com 15 anos ou mais de casa, e que aprenderam todos os macetes na prática. O proprietário da empresa também não possui formação superior, ele somente concluiu um curso técnico, mas sem dúvida é um excelente empreendedor.
Até eu iniciar o curso, meu relacionamento com meus colegas e superiores era normal, sem trancos nem solavancos. Mas bastou eu informar que tinha começado a faculdade, e o tratamento mudou. Ao contrário do que eu esperava, virei objeto de gozação. Ganhei o apelido de 'doutor', que eu sei que é pejorativo. Qualquer sugestão que eu dou, alguém imediatamente comenta que teoria não enche barriga. Minha dúvida é se esse tratamento tende a melhorar ou piorar com o tempo."
Bom, talvez os profissionais a que você se refere estejam atacando você para se defender. Talvez eles tenham percebido que seu curso pode vir a causar uma transformação na empresa.
Se você começar a fazer sugestões de melhorias, e se elas forem implantadas e funcionarem, o proprietário da empresa, que pode não ter um diploma, mas tem muita visão, certamente vai se perguntar se não seria melhor ter mais um par de engenheiros no quadro. E aí, alguns chefes, que estão numa situação de conforto, poderiam correr riscos. Talvez, não de serem dispensados, mas de perder parte do prestígio e do poder que possuem.
Eu lhe sugiro ignorar as gozações e continuar a oferecer sugestões, sem atropelar ninguém, pelo menos até você completar o segundo ano da faculdade. Aí, se nada tiver mudado, será hora de procurar outro emprego.
E outra dica que lhe dou é evitar confrontos. Os seus superiores estão esperando que você faça isso. Se você não fizer, é bem provável que a animosidade em relação a seu curso diminua.
Por enquanto, você deve estar sendo visto como uma ameaça. Cabe a você, nos próximos meses, demonstrar que não é.
Max Gehringer, para CBN.
2 comentários:
Ameaça? com certeza! E das grandes. O medo tomou conta dos colegas, que chegaram ao que chamo de 'descontrole emocional'.
Então, eu tava pra perguntar, se o Max tivesse conversando comigo: mas o djow aí não é uma ameaça??? Porque né, ninguém estuda, ninguém procura melhorar, o cara resolveu crescer um pouco, e por conta própria, sem ninguém pedir...
É claro que ele é uma ameaça! Por que ele não seria? E por que mesmo ele não deve gostar disso?
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