Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 12/03/2012, com mais um clássico do mundo corporativo, sobre as duas perguntas que mais complicam a vida de quem vai fazer uma entrevista de emprego.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Perguntas de aparência inofensiva são as maiores armadilhas das entrevistas
Na semana passada eu tive o prazer de conversar com um renomado head hunter. Se ele não for o maior entrevistador da história do Brasil, está bem perto disso. Porque, em 34 anos de carreira, ele já entrevistou perto de 25 mil candidatos a emprego.
E ele me revelou algo que só se aprende com muita prática. Segundo ele, as duas questões que mais complicam a vida dos candidatos são exatamente as duas que parecem mais inofensivas: a primeira e a última.
A primeira é mais um pedido: "Fale um pouco sobre você". Segundo o entrevistador, raros candidatos parecem se dar conta de que, entre o "fale" e o "sobre você", existe uma expressão adverbial temporal: "um pouco". E aí muito candidato cai na armadilha de querer resolver a briga com um golpe só.
E se põe a contar sua autobiografia, desde o tempo em que era um espermatozóide à procura de um óvulo. Depois dá a cronologia de seus empregos, cursos, experiências e realizações, diz o nome de seu restaurante favorito, explica os livros que leu, menciona seus hobbies e, finalmente, perde o fio da meada.
Em entrevistas, diz o grande entrevistador, "um pouco" se traduz como "no máximo dois minutos".
E a última pergunta é: "Mais alguma coisa que você gostaria de acrescentar?" Na verdade, isso significa que o entrevistador já está satisfeito. Porque, se não estivesse, continuaria fazendo perguntas. Mas muito candidato se sente na obrigação de acrescentar a tal "alguma coisa". E aí, ou repete sem necessidade o que já foi dito, ou contradiz coisas que disse antes. Segundo o grande entrevistador, a melhor resposta é: "Não, obrigado pela oportunidade".
O resto, ele diz, a entrevista é fácil. Difícil, mesmo, é saber como começar e como terminar.
Max Gehringer, para CBN.
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