2012-08-28

'Fui proibido de afixar lista com resultados da equipe' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 28/08/2012, com a moderna tendência do tratamento humanitário dos empregados.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Fui proibido de afixar lista com resultados da equipe'

chefe bom

"Tenho 49 anos", escreve um ouvinte, "e ocupo cargos de chefia há mais de vinte anos. Semana passada fiquei espantado ao receber uma determinação superior de que eu não poderia mais afixar no quadro de avisos do meu setor, uma lista com os resultados da equipe, como eu vinha fazendo há anos. Segundo me foi dito, a exposição comparativa poderia humilhar aqueles funcionários que ficavam nas últimas colocações. De agora em diante, vou ter que chamar essas pessoas para conversas individuais, mas sem poder mencionar que elas foram as piores. Você poderia me explicar o sentido disso?"

Ah! É que você não tem lido "os modernos manuais de tratamento humanitário no mercado de trabalho". Nós já tivemos o tempo do capataz sem escrúpulos. Evoluimos para o chefe sinceramente respeitoso. E agora estamos entrando em uma nova era. Ela se caracteriza basicamente pela maneira como um subordinado deve ser abordado.

Por exemplo, um chefe não pode mais dizer: "Fulano, você cometeu um erro que uma criança de cinco anos não cometeria." Nada disso. O chefe precisa convidar o subordinado para uma conversa a parte, explicar a ele que suas intenções enquanto chefe são as melhores possíveis, indagar se alguma coisa o está preocupando no tocante à empresa de modo geral, e finalmente perguntar quais são as necessidades do funcionário para que ele faça o que está sendo pago para fazer.

É verdade que a maioria das empresas brasileiras ainda está a léguas de distância de tudo isso. Mas, algumas, como a sua, já incorporaram a nova tendência. Existe quem a chame de hipocritamente correta, porque o que sai pela boca não é nem o que está na cabeça, nem no coração de quem fala. Mas quem é que não gosta de ser tratado com consideração, mesmo que falsa?

Max Gehringer, para CBN.

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