Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 07/01/2015, sobre como falar com executivos anglo-saxônicos e orientais e algumas das diferenças culturais entre eles e nós brasileiros.
Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Como falar com um alemão sobre efetivação no emprego?
Um ouvinte escreve: "Estou estagiando em uma empresa alemã. Toda a alta direção veio de lá e os executivos não ficam muito tempo no Brasil, sendo transferido para outros países em dois anos. Como meu trabalho permite que eu tenha contato diário com um desses executivos, pretendo solicitar uma hora com ele e manifestar o meu desejo de ser efetivado ao final do estágio. Como não estou familiarizado com a cultura alemã, gostaria de saber que argumentos posso usar nessa conversa."
Muito bem. A cultura anglo-germânica difere em vários aspectos da cultura latina, como você já deve ter percebido aí nessa empresa. Uma dessas diferença está no pragmatismo nos negócios.
Nós, brasileiros, temos uma tendência natural a oferecer explicações quando elas não são nem solicitadas e nem necessárias. E imaginamos que o nosso interlocutor estará interessado em nos ajudar, se contarmos a ele a história da nossa vida e os nossos planos futuros.
Isso não acontece em culturas pragmáticas. E por isso, a sua conversa com o executivo alemão não precisará passar de uma frase. Por exemplo: "Herr Schultz, quando o dia chegar, quero que o senhor saiba que tenho muito interesse em continuar na empresa."
Provavelmente, ele lhe dirá que ouviu o que você disse, sem fazer promessas. E quando o dia chegar, ele lhe dirá sim ou não, sem as longas explicações, tão ao nosso gosto, se a resposta for negativa. Isso não seria falta de consideração, mas apenas cultura.
E tudo isso é válido também, e mais ainda, para quem trabalha em empresas com executivos orientais.
Max Gehringer, para CBN.
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