Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 01/01/2016, sobre o que esperar do ano novo.
Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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O que esperar do ano?
"O que esperar do ano novo?", perguntam alguns e pensam quase todos.
Vamos então supor que o Brasil seja uma grande empresa, cuja principal finalidade é a de prestar serviços aos seus associados, que somos todos nós.
O que qualquer empresa tentaria fazer na atual situação? A primeira medida seria reduzir gastos, adiando investimentos, reduzindo a folha salarial e cortando benefícios. E quais seriam as consequências? A perda da confiança por parte dos associados, com enorme prejuízo político para os gestores e eventuais demonstrações públicas de descontentamento explícito.
Como isso é ruim, a segunda medida seria aumentar o faturamento, o que não só é possível para a grande empresa Brasil, como também é fácil: basta pedir que os associados contribuam para esse esforço, que se dá através da elevação dos tributos. Nesse caso, igualmente haveria reclamações, mas não tão altissonantes.
Logo, se existem duas soluções e uma é mais fácil que a outra, a lógica indica que ela é que será adotada. Só que se isso vier a ocorrer, a economia não irá recuperar o terreno perdido, não serão criadas novas vagas e os jovens que se formarem encontrarão dificuldades para ingressar no mercado.
O ano novo, portanto, será menos penoso para quem decide do que para quem irá pagar pelos efeitos das decisões. A questão é saber como irão conviver a economia, que é factual, e a política, que é etérea. Em meus tempos de empregado, eu ficava pensando como minha vida seria mais fácil se ao ser criticado por meu chefe, eu pudesse responder: "Chefia, não acredite nos fatos, isso é intriga dos meus inimigos políticos."
Max Gehringer, para CBN.
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