Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 04/01/2011, sobre finanças pessoais e o perigo de parcelar o pagamento de compras.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Quanto mais eu ganho, mais eu gasto, e isso tira minha concentração'
Um ouvinte escreve para relatar uma situação que está ficando cada vez mais freqüente. Ele diz: "Tenho um bom emprego e não posso reclamar nem do meu salário e nem do reconhecimento por parte da empresa. Tanto que nos últimos dois anos, tive quatro aumentos. O problema é que quanto mais eu ganho, mais eu gasto. Há um ano eu estava no vermelho e achava que tudo era uma questão de ganhar mais. Hoje o meu rendimento aumentou 40% e o vermelho já virou roxo. Devo proporcionalmente mais do que devia. Essa situação está tirando toda minha concentração no trabalho. O que eu faço?"
Bom, este é um assunto para o meu colega especialista Mauro Halfeld, mas já que o ouvinte botou a carreira no meio, vamos lá.
Como eu disse ontem, uma das resoluções mais comuns de ano novo é a de administrar melhor as finanças. Considerando-se os casos de outras pessoas que eu conheço e que estão na mesma situação do nosso ouvinte, eu daria um conselhozinho bem simples a ele: não compre nada a prazo em 2011.
A raiz do descompasso financeiro está na ilusão de que a prestação mensal é baratinha. Por exemplo, uma TV de 42 polegadas Full HD por apenas 160 reais por mês, em 24 suaves parcelas. É uma pechincha imperdível. O problema é que no mês seguinte aparece um notebook com uma imensidão de megabytes e gigabytes para pagar em 6 meses, sem juros. Oferta como essa não vai aparecer tão cedo. E isso sem falar num carro novo, num microondas, num freezer, ou numa viagem de 15 dias à Europa. Tudo para pagar a perder de vista e só um tantinho por mês.
As prestações são módicas individualmente, mas quando somadas, não apenas consomem todo o salário, como ainda dão a impressão de que dá para arriscar mais uma prestaçãozinha. Para, por exemplo, encarar um iPhone ou um iPad, o que invariavelmente termina no 'Ai meu São Cipriano'.
Eu não apenas concordo com nosso ouvinte de que a carreira dele pode ser muito prejudicada pelo desajuste nas finanças pessoais, como já vi isso acontecer com vários profissionais que tinham talento para tudo, menos para fazer as próprias contas.
O remédio então é aplicar o dinheiro e só comprar à vista. É simples e racional, mas cada vez menos gente está conseguindo resistir à tentação de arriscar mais uma parcelazinha de nada.
Max Gehringer, para CBN.
Um comentário:
Escutei hoje.
Eu sempre escuto CBN de manhã e gostod e ouvir os comentários mega sensatos dele.
Tem gente que escuta horóscopo..eu escuto ele e o Halfed.
Gosto do tema.
Aliás..me identifiquei com as parcelas (hehehe)
Começar o ano pendurada é uma merda.
Inté!
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