O Nevoeiro

O medo é uma coisa poderosa. Um dos instintos mais básicos e primitivos do ser humano, o medo pode fazer desaparecer toda a racionalidade do ser humano. Bom senso então, se dissolve no ar. O que resta é um desespero (muitas vezes infundado) e a busca por qualquer coisa que devolva um pouco de esperança e conforto. QUALQUER COISA.

E é sobre isso que trata o filme O Nevoeiro (The Mist, no original), filme não tão recente, de 2007, e que chegou somente nesses dias aos nossos cinemas.


Baseado numa história de Stephen King, o filme é dirigido pelo excelente Frank Darabont (dos também excelentes e também baseados em obras de Stephen King, Um Sonho de Liberdade e À Espera de um Milagre).

Não espere um filme de terror convencional. Tem suspense? Sim. Tem mistério? Sem dúvida. Tem monstros? Sim. Mas eles não são o que mais aterroriza no filme. O homem, a sociedade se desfazendo aos poucos, o medo e o desespero de cada um diante do desconhecido e da falta de perspectiva, isso sim é o verdadeiro horror que o filme traz.

É praticamente uma reflexão sobre a sociedade. Desconstruindo os alicerces dela, vemos como surge uma nova, e por que não, horrenda organização, uma sociedade baseada em medo e ignorância, algo primitivo como devem ter sido os primeiros agrupamentos humanos.


[ABAIXO NÃO É SPOILER, MAS PODE DIMINUIR O IMPACTO DO FILME, LEIA SE QUISER]

Bem, o final de O Nevoeiro é impactante, duro, cruel e resume praticamente toda a mensagem do filme. Genial!

Como é um filme não tão novo, eu achava que ele nem seria lançado nos cinemas daqui, e acabei vendo ele no meu micro (cortesia dos torrents), há alguns meses atrás, depois de ler sobre ele no Filmes do Chico.

E eu nem ia fazer um post sobre ele (se eu não faço um post sobre um filme logo que eu vejo, acabo não fazendo mais), mas fui quase que compelido a fazê-lo, depois que eu vi o caso da menina indiana que se matou por medo do fim do mundo.


O medo muda tudo.

Se quiser ler mais, veja esta outra resenha do filme, feita também pelo Chico.