2009-12-19

Filme: Abraços Partidos

Como esse é o primeiro fim de semana de Avatar, pra não enfrentar hordas de aborrescentes chatos e filas nervosas, fui ver outro filme, no caso, o novo de Almodóvar, Abraços Partidos (ou Los abrazos rotos, no original). Um drama de amores, ciúmes e redenção pela arte do cinema.

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Em um pouco mais de duas horas, Almodóvar nos traz a história de Mateo Blanco e Harry Caine, que na verdade são um só. Harry é o pseudônimo adotado por Mateo ao assinar seus textos, como roteirista. Logo no começo, no presente (ok, em 2008, quando foi realizado), vemos apenas Harry, cego e escritor, tendo "enterrado" seu "eu" original, que era também diretor de cinema.

Ao mesmo tempo, vemos algumas cenas de 1992, que nos mostra Lena (Penélope Cruz), uma aspirante a atriz e secretária (para pagar as contas), com dificuldades familiares e que é assediada pelo rico patrão, o empresário Ernesto Martel. Mais tarde, ela acaba se tornando a companheira dele.

filme abraços partidos lena e ernesto, o rico canalha
A interseção da história destes dois personagens é contada na forma de um grande flashback por Mateo, relembrando como conheceu Lena, ao filmar o seu último filme, quando ainda enxergava. E como o amor, apaixonado e voluptuoso, surgiu entre os dois, já no primeiro olhar, quando é nítida aquela "faísca".

A história de amor dos dois dá o fio da história, que ainda envolve outros personagens secundários, mas ainda assim, fascinantes e importantes para a trama, como o filho gay de um casamento passado de Ernesto, e a agente de Mateo e seu filho, que dão suporte ao agora cego Harry.

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Abraços Partidos é um drama, tem histórias de paixões e tragédias, mas tem também um traço forte de amor ao cinema, que impregna o boa parte do filme, na sua meta-história (ou o filme dentro do filme), de maneira sutil mas persistente, até a redenção final, essa sim, explicitamente dedicada à sétima arte.

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Enfim, Abraços Partidos é um ótimo filme, mas não para todos. O ritmo de construção dos personagens é lenta, gradual, mas bem feita. Não é um daqueles filmes que marcam a história, mas é muito bom. Se você gosta de histórias de amor, drama e redenção, e ainda por cima for um cinéfilo, vai adorar. Eu gostei.

Trailer:



Para saber mais: crítica do Omelete.

2 comentários:

Ju ♥ disse...

acho almodóvar meio esquisito mas gosto dos filmes dele, esse é o próximo da lista, depois de 'do começo ao fim'.

Ana P. disse...

Eu não li esse post, e te digo que é porque eu quero MUITO ver esse filme.

E quero tipo surpresa, sabe? Almodóvar merece que seja surpresa. Quando eu assistir, eu volto aqui e comento decentemente!