Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 28/12/2009, sobre quebra de paradigmas nas empresas.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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A 'quebra de paradigmas' em empresas
"Trabalho em uma empresa que tem dificuldades para quebrar paradigmas", escreve um ouvinte e explica porque. "Preocupado com o meu desenvolvimento profissional, solicitei que a empresa me pagasse um curso. E o gerente me respondeu que a empresa nunca fez esse tipo de concessão. Assim, sem nenhuma outra explicação. Você concorda que essa é uma empresa que parou no tempo?"
Humm, não, não concordo. Das muitas expressões que fazem parte do blablabla corporativo, quebrar paradigmas é uma das que mais me assustam. Porque quase sempre "precisamos quebrar paradigmas", é uma frase interpretada como "precisamos mudar tudo o que está sendo feito do mesmo jeito há mais de cinco anos".
Daí, a palavra paradigma acabou ganhando uma conotação negativa. Dizer que uma empresa não quebra paradigmas, é como dizer que ela é atrasada, parada no tempo, incapaz de acompanhar o ritmo do progresso.
Mas paradigma é outra coisa. O sentido original da palavra, que é grega, era o de comparar. Mais exatamente, paradigma se traduzia como colocar lado a lado.
Uma empresa pode ser considerada míope se ela jamais compara a maneira como as coisas são feitas, com outras maneiras diferentes de fazer essas mesmas coisas. Mas, uma empresa que faz essa comparação e decide não mudar nada, não é necessariamente míope.
No caso do nosso ouvinte, a empresa colocou duas situações lado a lado: o que ela está perdendo por não pagar cursos para os funcionários, e o que ela ganharia se os pagasse. E a conclusão da empresa foi de que o paradigma deveria ser mantido.
Nosso ouvinte fez uma pergunta e ouviu uma resposta. Como não foi a resposta que ele queria ouvir, a culpa recaiu sobre os paradigmas. Mas eu aconselharia ao nosso ouvinte a não desistir. Muito possivelmente, na avaliação da empresa, o nosso ouvinte iria se beneficar com o curso, mas a empresa não.
Agora, o nosso ouvinte precisa fazer exatamente o quea palavra paradigma sugere: apresentar duas situações para a empresa avaliar, mostrando como o curso pago será de utilidade para a empresa, do ponto de vista técnico e financeiro.
É muito raro uma empresa rejeitar uma mudança que irá beneficiá-la. Mas é mais raro ainda uma empresa concordar com uma mudança, apenas para não ser acusada de ter dificuldades para quebrar paradigmas.
Max Gehringer, para CBN.
Um comentário:
uau.. ele sabe a origem de um monte de palavras...
la no meu, ja me pagaro um curso de flash.. so o modulo basicao.. ixe.. e ai qq coisa que eu vou fazer, ela fica cobrando as habilidades que aprendi no curso..
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