Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 11/12/2009, sobre outra tradição natalina nas empresas: a caixinha.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Caixinha de Natal': como não participar?
Já falamos da festa de fim de ano e da cerimônia do amigo secreto nas empresas. A consulta de hoje é sobre outra modalidade de felicidade natalina: a caixinha. Aquela ajuda, em forma de dinheiro vivo ou de um presente, às pessoas da empresa ganham pouco e são simpáticas o ano inteiro. Por exemplo, a dona Dulce, que prepara o café.
Não é lindo poder ajudar a quem necessita? Sim e não, a se julgar pelas mensagens de sete ouvintes que me escreveram sobre o tema. E todos eles, coincidentemente, compartilham da mesma opinião. Sim, é lindo, eles dizem, se a participação na caixinha for voluntária. E não, se ela for forçada. Porque quando a contribuição se torna compulsória, quem não põe a mão no bolso fica mal visto.
A dona Dulce do café vai ficar sabendo que todo mundo no escritório contribuiu para o bom natal dela, menos o Serafim. Ninguém vai querer saber se o Serafim presta serviço voluntário, ou se faz contribuições mensais regulares para instituições beneficentes. Ao se negar a participar da caixinha da dona Dulce, o Serafim vira um monstro, sem alma nem coração.
Em todas as empresas pelas quais eu passei, em algum momento, correram listas entre os funcionários, para ajudar a alguém que estava precisando. Ou listas de presente de casamento, ou de aniversário. No primeiro momento, as empresas fizeram vistas grossas a essas iniciativas. Mas em todos os casos, cedo ou tarde, acabou vindo uma ordem superior, proibindo a coleta discriminada de dinheiro.
Porque o número de listas só aumentava a cada ano, e aí começavam a surgir candidatos a necessitado, que pediam ou insinuavam que também mereciam um ajuntório. Como quem recebia num ano, já contava com a benemerência no ano seguinte, o desembolso individual só aumentava, ano após ano.
O que eu posso dizer aos ouvintes que não desejam participar das caixinhas, mas também não querem ser rotulados como muquiranas? O único que conseguiu resolver satisfatoriamente essa situação, foi um amigo meu, o Geraldão. Todo ano, ele tirava férias em dezembro. E escapava não só das caixinhas, como também da festa de fim de ano e do amigo secreto.
Aos nossos sete ouvintes, eu diria que, em algum momento no futuro, a empresa certamente irá proibir a coleta. Mas, até que esse momento chegue, o que custa deixar a dona Dulce feliz por um dia, e o café, delicioso o ano inteiro?
Max Gehringer, para CBN.
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