Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 12/03/2010, sobre o período de experiência, e como ele pode terminar mais rápido, por vontade de ambas as partes.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Empregado também pode desistir do trabalho após período de experiência
"Estou numa sinuca", escreve um ouvinte. "Comecei a trabalhar numa empresa faz apenas um mês. Como eu tinha enviado currículos para várias empresas, uma dela me chamou e eu decidi participar do processo. Porque, como você mesmo disse, é sempre bom adquirir prática em entrevistas.
Acontece que eu passei para a fase final desse processo, e hoje recebi uma proposta formal, com condições salariais melhores do que aquelas que eu tenho. Essa nova empresa sabe que faz pouquíssimo tempo que estou na empresa atual, e não se incomoda com isso. Será que eu deveria me incomodar?"
A sua preocupação é válida, mas a sua decisão precisa ser racional. E racionalmente falando, você nesse momento está no período de experiência. Se você não estivesse indo bem, a empresa encerraria o vínculo e contrataria outra pessoa. Esse é um direito que a lei trabalhista faculta à empresa. O período de experiência não precisa durar noventa dias. Pode durar um dia só, se o empregado pisar feio no tomate logo no primeiro dia.
Mas o contrato de experiência é bilateral. Ou seja, o funcionário também está experimentando a empresa. Ao final de três meses, ou a qualquer momento antes dos três meses, o empregado também pode decidir que não deseja ser efetivado. E basta que ele comunique isso à empresa, para que o contrato de experiência seja encerrado.
Pouca gente enxerga o período de experiência como um teste de afinidade entre duas partes. Mas é para isso que ele serve: para que cada uma das partes tome a decisão que achar mais conveniente.
Portanto, nosso ouvinte não está numa sinuca. Sinuca é uma situação em que a decisão é difícil, a execução é complicada e o resultado pode causar grandes estragos. A decisão do nosso ouvinte é bem mais simples: há apenas duas bolas em jogo, ambas na boca da caçapa. Ele só tem que escolher qual das duas vai encaçapar: ou fica, ou sai.
A empresa atual irá reagir mal? A empresa inteira não, mas o chefe imediato, certamente sim. Assim como um empregado não reage bem quando é informado de que não foi aprovado no período de experiência.
Max Gehringer, para CBN.
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