Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 30/03/2010, com uma dica sobre perguntas em entrevistas de emprego.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Todas as perguntas em uma entrevista devem ser consideradas como objetivas
Uma ouvinte escreve para relatar que fez uma entrevista de emprego. Em meio a tantas perguntas padronizadas que ela teve que responder, uma delas era: "Como você se sente trabalhando sobre pressão?" E a outra era: "Como você reagiria se um superior levantasse a voz para você?"
A entrevistadora, que viria a ser a gerente de nossa ouvinte, aparentava ser uma pessoa tranqüila, e falava com voz mansa e pausada. Bastante relaxada, a nossa ouvinte deu duas respostas apropriadas, indicando que se adaptaria a ambas as situações.
Para a alegria de nossa ouvinte, ela foi contratada. E para a surpresa dela, a mesma pessoa que a entrevistou, mudou radicalmente de atitude. Em vez da mansidão e da tranqüilidade da entrevista, a gerente pressiona os subordinados o tempo inteiro e levanta a voz por qualquer coisa. "Ela chega a gritar comigo lá da sala dela, que fica a dez metros de distância da minha mesa", reclama nossa ouvinte.
Ou seja, quando fez as duas perguntas, a gerente não estava se referindo a uma situação hipotética. Estava se referindo ao próprio comportamento. A nossa ouvinte se sente enganada, como se tivesse sido entrevistada por uma pessoa e agora estivesse trabalhando com outra, completamente diferente. E pergunta se seria apropriado levantar este ponto numa conversa reservada com a gerente.
Não, não seria. A gerente iria dizer que a nossa ouvinte foi contratada com base nas respostas que deu e poderá perguntar se a nossa ouvinte estava mentindo na entrevista, o que faria a situação ficar pior do que já está. Por isso a nossa ouvinte tem opções: ou não fala nada, ou vai falar com a gerente, mas com uma carta de demissão nas mãos.
Para os nossos ouvintes, fica a dica de que existem dois tipos de perguntas em entrevistas. O primeiro é interpretativo. Por exemplo, "Como você se vê daqui a cinco anos?" Nesse caso, qualquer resposta bem formulada estará correta. E o segundo tipo é o da pergunta objetiva, que pode gerar ações concretas e imediatas. Por exemplo, "Você estaria disposto a se transferir para outra cidade?"
A nossa ouvinte respondeu a duas perguntas objetivas imaginando que elas fossem hipotéticas. Logo, não dá para dizer que ela foi enganada. Em entrevistas, para não correr riscos, o mais recomendado é tratar todas as perguntas como se elas fossem objetivas. Exceto, evidentemente, as perguntas boçais, do tipo: "Se você fosse um bicho, que bicho seria?"
Max Gehringer, para CBN.
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