Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 29/03/2010, sobre metas agressivas e premiações por atingi-las.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Empresas devem estabelecer metas com premiação
Escreve um preocupado ouvinte: "Eu trabalho na área comercial de uma empresa que todo ano nos passa metas individuais. Até o ano passado, estas metas eram difíceis, mas atingíveis. Este ano as metas que nos foram passadas são, para dizer o mínimo, absurdas, impossíveis de atingir. Como recebemos uma remuneração adicional pelo atingimento dessas metas, eu gostaria de saber se isso não ilegal?"
Provavelmente não. Se o percentual de remuneração variável não consta no contrato de trabalho, a empresa pode definir os objetivos anuais a critério dela. Dito isso, uma empresa que estipula metas muito agressivas, normalmente explica aos funcionários o que mudou de um ano para outro: pode ser que novos produtos serão lançados, ou que haverá um reforço substancial na verba de propaganda, ou pode ser que a empresa esteja prevendo que a economia do país ira melhorar, o que no caso deste ano, em comparação com o ano passado é verdade, não porque esta ano será uma maravilha, mas porque o ano passado não foi.
Se a empresa do nosso ouvinte não esta fazendo nada de diferente este ano, as metas agressivas levam em consideração que a economia irá ajudar, mas também, e, principalmente, que cada funcionário tem condições de fazer muito mais do que vinha fazendo.
Acontece que nenhum funcionário fica satisfeito com algo assim. A primeira reação é sempre de revolta, como se a empresa estivesse esfolando os seus colaboradores. A segunda reação é de desmotivação, aquela coisa de "não adianta se matar porque não vamos conseguir". E a terceira reação é a de se adaptar à situação, mesmo não concordando com ela, porque a única opção é ir trabalhar em outra empresa que tenha metas mais próximas da realidade.
Eu conheço empresas que passam metas extremamente agressivas, mas com uma diferença: até um ponto considerado atingível, a remuneração é uma, e não é lá grande coisa. A partir daí, a remuneração vai crescendo de modo exponencial, de patamar em patamar, o que faz com que cada esforço extra de um funcionário, acabe compensando, e muito.
Essas empresas são as que conseguem resultados impressionantes ano após ano, com crise ou sem. Eu espero que a empresa de nosso ouvinte considere adotar essa sistemática de premiação escalonada porque ainda está em tempo e porque ela irá premiar quem realmente merece.
Max Gehringer, para CBN.
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