Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 26/03/2010, sobre como a vestimenta influencia na aceitação pelo grupo, de um jovem trabalhador.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Ser igual para ser aceito?
Não é incomum que pais que passaram anos desenvolvendo funcionários nas empresas em que trabalham, e sempre com bons resultados, de repente se vejam diante de alguém não muito disposto a escutar a voz da experiência: o próprio filho. Este é o tema da consulta de hoje.
Uma mãe, que há 22 anos vem dando conselhos a jovens profissionais, escreve para contar que o seu filho de 20 anos, começou a trabalhar em uma agência de publicidade. E diz a mãe, que ela fica estarrecida quando vê a maneira como o filho se veste para trabalhar: tênis esfolado, camiseta surrada e calça arriada, deixando parte da cueca à vista. A mãe diz que nenhum profissional que se preza, se veste desta maneira desleixada, enquanto o filho argumenta que em publicidade é isso mesmo, e que na agência em que ele trabalha, todo mundo se veste assim.
Muito bem. Primeiro, não vamos generalizar. É verdade que, em algumas agências de publicidade, não em todas, existe esse estilo totalmente solto de se vestir. Mas mesmo nelas, essa liberdade não é para todo mundo. Os contatos que tratam diretamente com os clientes, se vestem de maneira mais conservadora.
Quem se veste como o filho de nossa ouvinte, é mais o pessoal de criação de algumas agências. E não é só uma questão de estilo, é uma maneira calculada de se diferenciar. Evidentemente, se o filho de nossa ouvinte, um dia se transferir para a área de marketing de uma empresa mais careta, ele irá adotar, sem discutir, o traje que a nova empresa adota.
Eu diria à mãe para não se preocupar, porque o filho não corre o risco de ser despedido por vestir como se veste. Mais ainda, eu diria à mãe que o filho dela está fazendo apenas o que ela mesmo sempre sugeriu que todo jovem faça, para se enturmar com os colegas de empresa: vestir-se do mesmo modo como os outros se vestem.
O que o filho de nossa ouvinte está fazendo, não é uma manifestação individual de independência e de desdém pelo vestuário. Pelo contrário, ele está copiando o estilo dos criativos da empresa em que trabalha. Ele mostraria que é independente, se fosse trabalhar de terno e gravata.
Em resumo, o filho de nossa ouvinte está fazendo o que qualquer jovem deve fazer no primeiro emprego, em qualquer empresa, de qualquer setor: ser igual para ser aceito.
Max Gehringer, para CBN.
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