'Trabalho numa área que não combina com minha formação' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 08/04/2010, sobre como fazer um bom currículo quando o curso de formação não tem a ver com a experiência profissional.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Trabalho numa área que não combina com minha formação'


Um ouvinte tem uma dúvida sobre currículo, que muitos ouvintes também têm. Ele é formado em uma coisa e trabalha em outra. Escreve o nosso ouvinte: "Sempre trabalhei em setores administrativos, mas sou diplomado em Educação Física. Nunca precisei procurar emprego, mas agora estou precisando. Minha formação irá influir negativamente? Devo retirar do currículo, o curso que fiz?"

Por partes, sim, isso influi negativamente. E não, você não deve deixar de mencionar a sua formação.

O que acontece é que quando uma empresa recebe muitos currículos, o processo de eliminação é tiro e queda. Ao ler que você não tem uma formação compatível com a função que está sendo pretendida, o responsável pela triagem, provavelmente, irá rejeitar o seu currículo sem ler o resto.

Então, aqui vão duas dicas. A primeira, esqueça os sites de emprego. Eles têm um formato pré-definido que força o candidato a preencher quadrinhos, sem a possibilidade de explicar muita coisa.

E a segunda dica é sobre a montagem do currículo. Normalmente a ordem é: primeiro a formação acadêmica e depois a experiência profissional. Então, inverta essa ordem. Coloque inicialmente as empresas nas quais você trabalhou, as funções que desempenhou, e uma breve descrição de cada uma dessas funções. Em seguida, coloque a formação.

Evidentemetne, o nosso ouvinte precisa fazer uma pós-graduação em Administração para dar mais sustentação ao currículo. É um investimento indispensável, tanto no caso dele, quanto no caso de quem concluiu qualquer curso não compatível com a experiência prática que possui. Com a pós, o currículo ficará mais redondo. Sem ela, fica meio capenga.

Se eu estivesse na situação do nosso ouvinte, para tirar o impacto do choque entre a experiência e a formação, eu escreveria "formado em Educação Física". E em seguida colocaria, entre parênteses, a frase "ninguém é perfeito". Essa pitadinha de humor poderá fazer com que o responsável pela triagem dê um sorriso. E quem sorri, imediatamente se torna mais receptivo.

Max Gehringer, para CBN.