2010-04-14

'Sou um curinga na minha empresa: isso é positivo ou negativo?' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 14/04/2010, mais uma vez, sobre ser um curinga dentro de uma empresa, e o que isso acarreta para a carreira.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Sou um curinga na minha empresa: isso é positivo ou negativo?'

carta curinga
"Em minha empresa", escreve uma ouvinte, "sou um curinga. Faço qualquer coisa que me pedem para fazer. Sou registrado como auxiliar administrativo, mas meu chefe está sempre me emprestando a quem requisitar o meu auxílio. Todo mundo sabe o meu nome e me trata bem, mas às vezes eu fico pensando se isso é positivo ou negativo."

As duas coisas. É positivo para a empresa e é negativo para a sua carreira.

O que você faz tem vários nomes: quebra-galho, pau-pra-toda-obra, faz-tudo, ou especialista em atividades aleatórias. Esse tipo de profisisonal multifuncional é interessante para a empresa, por uma questão de custo. Existem várias necessidades específicas que não ocorrem com frequência, e ter profissionais contratados para executar cada uma delas custaria muito caro, porque, na maior parte do tempo, eles ficariam ociosos.

Aí é que entra o curinga, como a nossa ouvinte, que num dia está trocando um fusível, no outro dia está levando o filho do diretor para escola, e no terceiro dia está contando o estoque de papel sulfite.

A existência de uma pessoa assim, só faz com que os colegas se concentrem no que é importante para a carreira deles, e deleguem os pequenos desconfortos rotineiros a quem se dispõe a executá-los. Daí, é só o curinga aparecer e alguém já irá pedir: "Zé Luis, dá pra você trocar o cartucho da minha impressora?"

Com o tempo, começam a pipocar aqueles elogios que deixam o curinga todo orgulhoso, do tipo: "Não sei o que seria dessa empresa se você não estivesse aqui." Até dá a impressão de que se o curinga ficar doente, a empresa inteira ficará paralisada até ele voltar.

Porém, nenhuma empresa oferece vaga de curinga júnior ou curinga sênior. A função não existe em nenhum organograma. E um dia, quando o curinga precisar de outro emprego, irá descobrir que não se encaixa em nenhuma função oferecida, porque ele é uma espécie de especialista sem especialização.

Até que alguma empresa ofereça o cargo de gestor em curingabilidade, ser curinga é marcar passo na carreira.

Para quem não se importa em ficar ganhando sempre a mesma coisa, tudo bem. Mas não é o caminho indicado para pessoas como nossa ouvinte, que mostra ter ambição e possui discernimento para colocar em dúvida a real importância que os outros lhe atribuem.

Max Gehringer, para CBN.

3 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Toda empresa tem um "curinga", aquele que realmente "faz tudo", ganha pouco e ainda acredita (devido aos elogios e circunstâncias) que é insubstituível, mas, ao final ele vai descobrir duas coisas: primeiro que ele era essencial enquanto servia e só, e segundo que ao sair não leva nada que o acrescente.

bjs

3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Bacana a análise do curinga, gostei.

Ah, no Nordeste é super comum falar "rapariga". E "kenga" tb, hahaha!!!!

Beijos,

Bela - A Divorciada

Anônimo disse...

muito legal o blog
to te seguindo

www.jacksomhonorato.blogspot.com