Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 26/04/2010, sobre a preocupação social das empresas, sem hipocrisia.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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A preocupação social das empresas
"Tenho 21 anos e me formo este ano", escreve um ouvinte. "Quero trabalhar em uma empresa que tenha preocupação social e ofereça a seus empregados, um tratamento justo. Não quero parecer cético, mas quantas empresas assim, existem no Brasil?"
Muitas, bem mais do que você possa imaginar. Porém, para que você não se frustre logo no primeiro emprego, permita-me colocar quatro fatores que você deve ter em mente durante toda a sua carreira.
Primeiro: o objetivo de uma empresa não é o de resolver os problemas das pessoas. As pessoas é que são contratadas para resolver os problemas da empresa. Por isso, os promovidos não são os quem têm as melhores intenções, mas os que apresentam os melhores resultados.
Segundo: quando uma empresa oferece a seus empregados, benefícios que vão além do salário mensal, a empresa não faz isso por uma razão puramente social. O objetivo é o de reduzir atritos, aumentar a produtividade e impedir que os melhores mudem de emprego.
Terceiro: um empregado só é importante para uma empresa enquanto os dois estiverem ligados por um instrumento burocrático chamado contrato de trabalho. Quando esse contrato termina, a relação muda. Um chefe que era atendido imediatamente quando dava uma ordem, pode, após deixar a empresa, ligar para um ex-funcionário e passar pelo dissabor de ouvir que o ex-funcionário não tem tempo para atendê-lo.
Quarto: amizades profissionais são relativas, muito relativas. Um colega que deixou a empresa e foi para uma empresa maior, com um cargo melhor, deixará na ex-empresa mais amigos do que um colega que foi dispensado e não consegue se recolocar.
Dito isso, as boas empresas reconhecem sua obrigação de ajudar a construir um mundo socialmente mais justo. Elas fazem isso através de programas de cunho social, de apoio a causas ecológicas, de patrocínios a eventos culturais e de processos de fabricação que preservem a natureza para as futuras gerações.
Tudo isso é ótimo e serve como exemplo a ser seguido. Porém, na relação direta entre um empregado e uma empresa, primeiro, o empregado deve fazer o que foi contratado para fazer. Se ele não fizer, qualquer empresa, mesmo aquelas muito preocupadas com o social, e justas no tratamento, irão rapidamente substitui-lo por quem faça.
Max Gehringer, para CBN.
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