Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 13/04/2010, sobre o código de ética nas empresas.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Como fazer com que o código de ética da empresa não caia no esquecimento?
"Sou gerente de recursos humanos", escreve uma ouvinte. "A empresa em que trabalho, implantou na semana passada, um código de ética. Como responsável por ele, reuni todos os funcionários e fiz uma apresentação. Ao final dela, abri para perguntas.
Eu esperava um debate, ou pelo menos esperava ouvir opiniões e sugestões, mas nada aconteceu. O público de mais de 200 funcionários ficou calado. Ninguém se manifestou. Eu fiquei arrasada, com a impressão de que todo o trabalho que tive foi em vão. Temo que o código de ética se transforme em mais um documento burocrático ao qual ninguém dará atenção, mas não sei bem o que posso fazer."
Eu já vi esse filme antes, duas vezes. Em ambas, o problema estava na diferença entre o que o código pregava e o que acontecia na prática.
Numa das empresas, o código começava com uma frase sobre o tratamento que deveria ser dispensado a todo e qualquer funcionário. "Dignidade e respeito ao ser humano", mandava o código. Só que a empresa tinha chefes que berravam e falavam palavrões, e eles eram constantemente apontados como exemplos de gente que conseguia atingir os resultados, e não como uma contradição evidente com o comportamento descrito no código.
Talvez isso tenha ocorrido na empresa de nossa ouvinte, ou talvez não. Mas se a nossa ouvinte não quer que o código caia no esquecimento, eu sugiro que ela faça uma pesquisa, bem simples. A pesquisa consiste em listar cada um dos itens do código. E cada funcionário, sem se identificar, apontará a sua percepção em relação à observância real de cada item. Bastam três quadrinhos: concordo, não sei e discordo.
A partir das respostas, será possível estabelecer um plano prático de ação, que irá dar credibilidade ao código.
Apenas alerto que essas pesquisas costumam trazer resultados não muito agradáveis para a empresa. Antes de fazê-la, é preciso ter a garantia da direção de que os resultados serão levados a sério, e que medidas exemplares serão tomadas.
Se não houver essa garantia, o temor de nossa ouvinte ficará cristalino. O trabalho que ela teve foi mesmo em vão.
Max Gehringer, para CBN.
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