2013-02-19

Gosto ou dinheiro? - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 19/02/2013, com uma reflexão de um ouvinte sobre dinheiro e escolha da profissão.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Gosto ou dinheiro?

profissional feliz

Um ouvinte escreve: "Ouvi um comentário seu sobre um ouvinte que dizia adorar o salário, mas detestar o emprego. Você sugeriu que ele se agarrasse ao salário e talvez essa sugestão lhe tenha custado críticas dos que aconselham os jovens a fazer o que eles gostam, porque o dinheiro virá como consequência natural.

Eu gostaria apenas de dizer que foi pensando assim que comecei. Sou professor por formação e escolhi esse curso porque a profissão me dava satisfação. Durante sete anos passei por várias escolas, acumulei empregos, cheguei a dar quatorze horas de aula por dia, sempre ganhando pouco, mas sempre repetindo para mim mesmo que eu estava realizado por fazer o que me dava prazer.

Até que, aos 30 anos, sem carro, sem casa, sem poupança, sem perspectivas de ver a situação mudar e com dois filhos pequenos para criar, aceitei um emprego administrativo em uma empresa de grande porte. Cresci rapidamente dentro dela, mesmo abominando o joguinho corporativo do toma-lá-dá-cá, a burocracia sem sentido e o desfile diário de egos. Passados oito anos, acumulei o suficiente para nunca mais ter que me preocupar com as contas no fim do mês. Saí dessa empresa faz três anos, comprei uma franquia e estou muito, muito feliz.

Sei que há profissionais que já na primeira tentativa conseguem ganhar bem fazendo o que gostam. Mas por tudo o que eu vi nesses quinze anos de carreira, essa não é a regra. Eu precisei percorrer um caminho mais longo e mais difícil para chegar a essa situação. E tive que fazer duas mudanças radicais de rumo, para conseguir. Porém, se eu pudesse voltar no tempo, repetiria o que fiz, acreditando primeiro na profissão do meu gosto. Porque, se eu não tivesse feito isso quando jovem, hoje, certamente, estaria me lamentando por não ter tentado."


Max Gehringer, para CBN.

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