Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 16/10/2013, com uma ouvinte que abandonou um curso no meio e quer saber se ele deve ser colocado no currículo.
Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Devo mencionar no currículo um curso que iniciei e não concluí?'
Uma ouvinte escreve: "Comecei a estudar Fisioterapia, mas depois de cinco semestres desisti e comecei a cursar Gastronomia. Estou em busca de um estágio ou emprego nessa área e gostaria de saber se devo mencionar em meu currículo o curso que comecei e não conclui. Minha dúvida é que se eu não mencionar, pode ficar a impressão de que passei dois anos e meio sem fazer nada."
Vamos lá. Em casos como o seu, em que o curso interrompido nada tem a ver com o curso seguinte, o melhor é não mencioná-lo. Para entender porquê, coloque-se no lugar da pessoa que for avaliar o currículo.
Se você recebesse o currículo de um candidato que começou a cursar, vamos dizer, Biologia marítima, e acabou se formando em Direito, que conclusão você tiraria? A de que o candidato não sabia bem o que queria e talvez ainda não saiba. Nesse caso, é melhor ter um buraco no currículo do que preenchê-lo e levantar uma suspeita desnecessária.
Mas isso não é válido para cursos interrompidos que possam ter valor para o desempenho profissional, mesmo que sejam em áreas bem diferentes. Quem se forma em Estatística após interromper um curso como, por exemplo, Relações Públicas, Psicologia ou Filosofia, pode usar o que aprendeu, mesmo sem ter concluído o curso, na convivência com os colegas.
Então, resumindo, a regra é: se o curso interrompido traz algum benefício para uma função diferente, deve ser colocado no currículo. Se não traz, não deve ser colocado. E na dúvida entre essas duas situações, o melhor é não colocar.
Max Gehringer, para CBN.
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