2013-10-04

'Não consigo ficar muito tempo em um mesmo emprego' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 04/10/2013, com um ouvinte que não consegue ficar muito tempo em um mesmo emprego.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Não consigo ficar muito tempo em um mesmo emprego'

despedida emprego

Escreve um ouvinte: "O meu caso é que não consigo ficar muito tempo em um mesmo emprego. Ou porque a empresa não é o que eu esperava, ou porque eu não era o que a empresa esperava. Acredito que o problema sejam mais meu, porque quando vejo algo errado, eu falo, discuto, me estresso e acabo pedindo a conta ou sendo demitido. Sempre fui considerado um bom profissional do ponto de vista técnico, mas não consigo me estabilizar. O que você me recomenda fazer?"

Bom, obviamente, sossegar o facho. O acúmulo de empregos em pouco tempo, se não o prejudicou até agora, não demorará a ter efeitos negativos.

Talvez a sua vocação seja a de ter um negócio próprio, no qual você seria o único a emitir opiniões. Mas, se você prefere o salário garantido no fim do mês, terá que aprender a fazer algo que não gosta, que é seguir certas normas de conduta pessoal.

Vamos começar pelas coisas erradas que você vê nas empresas em que trabalha. Todas as empresas têm procedimentos ou idiossincrasias culturais que não agradam o tempo todo a todos os funcionários. A questão é discernir quando discutir e quando aceitar.

Muitas vezes, e você pode constatar isso relembrando suas próprias discussões passadas, um funcionário gasta tempo e energia discutindo coisas que não têm importância alguma, nem para a empresa e nem para ele. Se não tivesse iniciado a discussão, um mês depois ele nem se lembraria mais do assunto.

É só isso que você precisa fazer. Guardar a sua capacidade de ficar indignado para temas que realmente compensem a sua indignação. Tente e você verá que funciona melhor do que você imagina.

Max Gehringer, para CBN.


3 comentários:

Anônimo disse...

Posso falar?
Vou falar algo que com certeza "não pega bem" mas que nenhum especialista fala (pois não convém pra nenhuma empresa).
As pessoas tem todo o direito de buscar o que é melhor pra elas. Tem todo o direito de descartar o que não servem mais a elas, cansam de ser apenas um número. Pelo menos pra mim não adianta ter um mega emprego, ganhar muito, ter um currículo lindo e viver consumido pelo ambiente de trabalho, drenado, estressado, infeliz e tendo meu talento e minha verdade, ofuscados por quem simplesmente tem mais formação, dinheiro e idade. Nossa cultura visa obviamente sempre a perspectiva do lucro, do que é padrão mas tem vergonha de assumir que precisa de liberdade e bem estar pra seguir em frente, ter motivação. Muitas vezes as pessoas dedicam as vidas delas a sonhos, projetos...dos outros. fazem a felicidade...dos outros.Eu não quero isso pra mim, prefiro ganhar pouco, viver a vida sem culpa, ser livre pra ir e vir e sem medo dos rótulos que os "corretos" vão me dar. Trabalhe pra viver e não viva pra trabalhar!

Anônimo disse...

Concordo em gênero e grau com o comentário acima. Acabo de sair de uma empresa cuja cultura organizacional me destruiu literalmente.
Pessoas falsas, dispostas a derrubar os colegas de trabalho por pura rivalidade. Um ambiente terrível, estressante, onde quem saísse para ir ao banheiro primeiro era duramente ridicularizado e criticado pelas costas (presenciei e fui vítima disso centenas de vezes lá dentro).
A coisa era tão ruim que eu ficava segurando minha vontade de urinar pra não ser vítima as infâmias pelas costas. E via outros colegas que, ao saírem da sala, os outros começavam a destruí-lo moralmente perante os demais.
Fazem quase 4 meses que consegui sair daquele inferno, e até hoje algumas lembranças ruins de vez em quando me sequestram. Quando saí de lá, não tinha nem unhas mais, de tanto que roer.
Terrível, mas aconteceu comigo. O nome desta empresa é garcia e moreno consultoria corporativa e não recomendo a ninguém pois sei que da mesma forma, como fizeram com as 2 pessoas que vi serem cruelmente ridicularizadas depois que armaram para elas sair, estão fazendo o mesmo. Foi um pesadelo, mas graças a deus consegui sair!

Anônimo disse...

Engraçado como as palestras "motivacionais", conselhos, dicas, etc são sempre na ótica do empregador e ensinando o empregado a nunca questionar o que está injusto e aceitar todo tipo de pressão e ambiente tóxico, como se isso não refletisse na saúde do empregado. Patrão pensa como patrão e não tá preocupado com a gente, a gente que tem que sair a procura de algo melhor (claro que perfeição não existe mas buscar melhorias e renovação é nosso direito, também acho). As pessoas que mudam muito de emprego, não mudariam se tivessem um trabalho onde pudessem exercer sua criatividade, seus dons e ter um ambiente onde tivesse a ver com ela. Onde não há amor nem verdade não pode haver permanência. Os chefes pensam no que querem pra eles, então os empregados tem o mesmo direito.
E pra finalizar: nem todo aguenta ser puxa-saco (ou pior ainda, como alguns fazem: puxar tapete e se gabar do sucesso depois).