2014-09-30

'Candidatos têm revelado fatos que antes eles preferiam omitir, como religião e ideologia' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 30/09/2014, com uma ouvinte que cuida do recrutamento de novos empregados e está procurando uma forma de se adaptar ao modo como os candidatos têm revelado fatos pessoais que antes eles preferiam omitir.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Candidatos têm revelado fatos que antes eles preferiam omitir, como religião e ideologia'

entrevista de emprego

Uma ouvinte escreve: "Sou gerente de recrutamento de uma empresa famosa. De algum tempo para cá, tenho notado que alguns candidatos a emprego têm revelado, sem serem perguntados, alguns fatos que, não faz muito tempo, os candidatos preferiam omitir. Como, por exemplo, religião, ideologia, opção sexual e condições clínicas não aparentes. Como há um cerco cada vez maior nas várias formas de discriminação no mercado de trabalho, que é potencializado por denúncias em redes sociais, só posso deduzir que muitos candidatos passaram a acreditar que pertencer a uma minoria aumenta a chance de contratação. Ainda estou procurando a melhor forma de me adaptar a essa nova realidade. Você teria alguma sugestão?"

Eu tenho uma história. Certa vez, eu entrevistava um candidato e ele me disse que eu precisava saber que ele era homossexual. O que eu respondi foi que não, eu não precisava saber, porque ele estava sendo avaliado pelo currículo acadêmico e pela experiência funcional. E o que ele tinha me dito não se encaixava em nenhum desses dois quesitos. Por fim, ele não foi contratado porque havia candidatos melhores do que ele.

Porém, você tem razão. Isso ocorreu antes das redes sociais. Hoje, o que eu provavelmente faria seria entregar previamente aos entrevistados uma folha afirmando que a empresa é contra qualquer tipo de discriminação, que nada que não se relacione ao trabalho será perguntado na entrevista e nem levado em consideração se for revelado espontaneamente. No fundo, é o que sempre deveria ter sido. Mas agora, aparentemente precisa ficar escrito.

Max Gehringer, para CBN.


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