Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 28/09/2016, com uma ouvinte que não se adaptou ao estilo dos gestores estrangeiros de sua empresa.
Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Meus gestores são estrangeiros e fazem questão de não dialogar'
Uma ouvinte escreve: "Ingressei em uma grande empresa oriental. Todos os gestores dela são expatriados, sem conhecimento sobre a cultura brasileira e sem interesse em tentar compreendê-la. O resultado é que simplesmente não há diálogo, não só pela barreira do idioma, como pelo comportamento em si.
Os gestores não nos cumprimentam, são monossilábicos, não querem ouvir opiniões e dão ordens ríspidas, como se estivessem falando com um bando de alienados, e não com colaboradores que poderiam oferecer sugestões de melhorias. Já comecei a procurar outro emprego, mas estou aqui faz somente três meses e não sei bem como vou explicar o fato de querer sair em tão pouco tempo."
Bom, calma. Há uma diferença entre respeito e cultura. O que você está avaliando como falta de educação e demérito aos funcionários é um aspecto cultural, e não um desprezo à graça e simpatia do povo brasileiro. Eles são assim e nós não somos como eles. Somos mais emotivos no trabalho e mais sensíveis ao tom das ordens que ouvimos.
Se você está convencida de que não vai mesmo conseguir se adaptar a esse modo direto, impessoal e objetivo de gestão, diga isso em futuras entrevistas. Pode ser que a sinceridade a impeça de conseguir um par de empregos. Mas, por outro lado, evitará que você ingresse em uma empresa brasileira que adote procedimentos semelhantes, quase no limite do assédio moral. Não por cultura, mas por convicção.
Max Gehringer, para CBN.
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