Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 24/09/2009, sobre como um diploma pode mudar a vida de uma pessoa, mas não de maneira tão rápida quanto ela gostaria.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
/===================================================================================
Diploma não é atalho para rápida mudança de vida
Vou tentar responder hoje a 3 consultas. E eu me arriscaria a dizer que milhares de ouvintes podem estar vivendo situações bem parecidas.
A primeira vem de um ouvinte que trabalha na segurança de um edifício. Ele concluiu um curso tecnológico em logística. A segunda, de um frentista que concluiu um curso de informática. E a terceira, de uma recepcionista de um salão de beleza, que concluiu um curso em gestão de recursos humanos. Os três têm entre 26 e 30 anos.
Ansiosos para começar uma carreira na área em que acabaram de se formar, os três reclamam que já enviaram dezenas de currículos para empresas e não receberam uma só resposta.
Eu gostaria de poder dizer, de coração, que empresas deveriam dar uma oportunidade a esses ouvintes, até como forma de incentivo ao esforço que eles fizeram para progredir na vida profissional. Mas lamento dizer que não é assim que as coisas funcionam na prática.
Muito raramente, a primeira pessoa que avalia um currículo é também a pessoa responsável final pela contratação. Essa pessoa apenas faz uma triagem inicial. E nessa triagem, não mais que 5% dos currículos recebidos, vão para um banco de dados. Os outros 95% são descartados. E são bem poucas as empresas que informam a quem enviou um currículo, o destino que foi dado a ele. Não deveria ser assim, mas é.
Os 5% de currículos que recebem mais atenção são aqueles enviados por pretendentes que possuem escolaridade e experiência anterior compatível com a função que pretendem exercer. E é esse segundo ponto que está eliminando nossos três ouvintes. Como regra geral, um profissional consegue um emprego semelhante ao que tinha antes. Não é possível dar um grande salto apenas com um diploma, porque sempre aparecerão candidatos com experiência na função. E a empresa dará preferência a eles.
Minha recomendação é que nossos ouvintes tentem ingressar numa empresa de porte, mas em funções semelhantes as que desempenham hoje, como segurança, almoxarifado ou recepção. Uma vez dentro da empresa, será mais fácil conseguir uma transferência interna para a área desejada, após no mínimo, um ano.
Sei que posso estar desapontando quem vê num diploma, um atalho rápido para mudar de vida. A vida mudará e o esforço para estudar será recompensado. Mas não em curtíssimo prazo.
Max Gehringer, para CBN.
Nenhum comentário:
Postar um comentário