Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 29/09/2009, sobre amizade com o chefe.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Se o chefe não puder ser um amigo, também não deve ser um inimigo
Muitas questões que me chegam descrevem um problema atroz, vivido no trabalho, e terminam com uma crítica feroz ao chefe, que não faz nada a respeito.
Uma coisa que eu aprendi é que costumeiramente, nós só falamos com nossos chefes quando temos uma situação mal resolvida. Se a carreira é uma jornada, e se toda jornada necessita de um ou mais guias, o chefe direto é o guia mais próximo. Mesmo que o subordinado ache que o seu chefe é o pior guia do mundo, isso não altera o panorama.
Um ouvinte, por exemplo, escreveu reclamando que o chefe dele disse que ia pensar sobre uma solicitação, e depois passou meses se fingindo de morto. Outro ouvinte reclamou que o chefe dele é tão insensível, que interrompeu a conversa no primeiro minuto e mandou nosso ouvinte trabalhar mais e falar menos.
O que os dois ouvintes aprenderam com isso? Que eles não souberam antever as reações de seus chefes. Isso só se consegue conversando muito com o chefe, sempre pedindo a ele sugestões e conselhos, e sem que dessas conversas precise sair alguma decisão prática. Se o chefe somente for abordado ou confrontado num momento de emergência, acontece o que nossos ouvintes sentiram na pele: frustração.
Mas também tem o outro lado. Muitos chefes já me escreveram para reclamar que seus subordinados não entendem que o poder de um chefe é limitado. E que empresas possuem regras que cabe ao chefe defender, concordando ou não, com elas. Eu assino embaixo.
Chefes são seres humanos normais, que por acaso carregam um título provisório de hierarquia. Chefes são pessoas comuns, com um mandato temporário, de liderança sobre uma equipe. Subordinados, se quiserem ter o apoio do chefe, precisam a aprender a enxergar as situações, pelo ponto de vista do chefe.
Pelo menos, por um motivo. Um chefe tem um poder limitado para influir positivamente na carreira de um subordinado. Mas tem um poder muito maior se quiser influir negativamente.
Por isso, se não for possível ao subordinado, ter no chefe um amigo, no mínimo não deve tê-lo como inimigo. Quem já atingiu esse ponto de desentendimento mútuo, não precisa procurar mais defeitos no chefe. Precisa começar a procurar outro chefe.
Max Gehringer, para CBN.
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