2009-09-11

Universidades preparam alunos para o mercado de trabalho? - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 11/09/2009, com uma reflexão se as universidades preparam os seus alunos para o mercado de trabalho.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Universidades preparam alunos para o mercado de trabalho?

faculdade escrita
"As faculdades estão preparando adequadamente os seus alunos para o mercado de trabalho?" Essa é uma pergunta que já me foi feita diversas vezes, mas pela primeira vez, é feita não por um aluno, mas por um professor. Preocupado, segundo ele, em tentar aproximar o máximo possível o que ele está ensinando, das situações que o aluno irá encontrar em uma empresa.

Caro professor, se eu tivesse que escolher um curso superior como paradigma, eu escolheria medicina. É, até onde eu sei, o único curso que fornece uma base, permite uma especialização e acrescenta uma experiência prática obrigatória, através da residência.

Quanto a todos os outros cursos, e principalmente aqueles que têm um alto componente de humanas, eu tenho lá minhas dúvidas. Pegando um exemplo bem banal, digamos que um jovem recém-formado ingresse numa empresa e descubra que um colega é invejoso ou que o chefe é impulsivo. Um professor diria que isso não é problema da faculdade. Mas essa situação é muito mais comum e terá muito mais influência na carreira, do que qualquer teoria ensinada na sala de aula.

Outro exemplo é o de um ótimo aluno que tem dificuldade para se expressar verbalmente, algo vital para um profissional. Não há uma matéria que permita que o aluno supere essa deficiência.

Por outro lado, é evidente que a grade curricular não pode ser virada pelo avesso de repente. Parte do problema seria sanado se houvesse a obrigatoriedade de um estágio, antes da concessão do diploma. Mas não há, e atualmente, menos de 20% dos formandos, consegue estagiar.

A pior situação, em minha opinião, é a do aluno que vai acumulando cursos e mais cursos, incluindo uma estadia no exterior, e quando finalmente decide ingressar no mercado de trabalho, percebe que para as empresas um mestrado vale pouco se a experiência prática for zero.

Se eu fosse professor, eu incentivaria meus alunos a conseguir um emprego, qualquer emprego, o mais cedo possível. Se as circunstâncias impedem que a grade da faculdade se aproxime da rotina das empresas, isso não isenta o aluno de buscar esta experiência por conta própria.

Muitos alunos talvez não percebam essa necessidade, ou talvez não dêem a ela, a importância que ela tem. É aí que o conselho de um professor pode ser fundamental.

Max Gehringer, para CBN.

Um comentário:

Ana P. disse...

É foda para quem, como eu, JÁ ESTÁ no mercado de trabalho, numa área totalmente diferente, e aí, comofas?