2011-08-15

'Fui dispensado por não ter me encaixado na cultura da empresa' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 15/08/2011, sobre o choque cultural de uma nova empresa para um empregado que começou a carreira e ficou muito tempo na mesma empresa.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Fui dispensado por não ter me encaixado na cultura da empresa'

quebra cabeça encaixando cultura empresarial
"Trabalhei durante 14 anos em uma empresa", escreve um ouvinte. "Comecei a carreira nela e me tornei gerente 12 anos depois, aos 33 anos de idade. Como essa empresa era familiar e não podia me oferecer uma posição de diretoria, decidi que estava na hora de arriscar uma mudança e no ano passado consegui uma vaga como gerente em uma empresa maior. Fiquei apenas cinco meses nela e fui dispensado. A explicação foi a de que eu não tinha me encaixado na cultura da empresa. Talvez eu não seja a pessoa mais simpática do mundo, mas sou competente naquilo que faço e não engoli a explicação. Você já viu algum caso assim?"

Vi. Muitos. A primeira reação é atribuir a dispensa a fatores como inveja ou perseguição. Essa teoria raramente se sustenta porque outros gerentes devem ter sido contratados pela mesma empresa nos últimos anos, e continuam nela. Logo, não existe um movimento organizado contra quem vem de fora.

O que normalmente acontece é que um profissional que começa a carreira em uma empresa vai, com o passar do tempo, sendo aceito por aquilo que ele é. Se ele é competente, como é o caso do nosso ouvinte, mas não é a pessoa mais simpática do mundo, como também é o caso do nosso ouvinte, essa dificuldade para lidar com pessoas vai se diluindo. Os anos vão passando e todo mundo aceita que o profissional é daquele jeito mesmo e não vai mudar.

Quando troca de emprego, o profissional continua a agir na nova empresa da mesma maneira como agia na antiga, imaginando que a sua dificuldade de relacionamento pessoal não terá importância. Mas tem. O que se perdoa nos funcionários antigos não é perdoado nos novos. Atitudes que eram digeridas na empresa anterior causam indigestão na nova. Isso é o que se chama de choque cultural.

Ao contrário da empresa anterior, na nova o relacionamento pessoal tem o mesmo peso da competência técnica. Ou até mais, nos primeiros meses.

Max Gehringer, para CBN.

Nenhum comentário: