2011-08-18

'Treinei um funcionário que vai assumir um cargo superior ao meu' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 18/08/2011, sobre o caso de um ouvinte que treinou um funcionário que assumirá um cargo superior ao dele.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Treinei um funcionário que vai assumir um cargo superior ao meu'

treinamento empresarial
"Não sei se fico aborrecido, ou irritado ou as duas coisas", escreve um ouvinte. Ele conta o seguinte: "Fui encarregado de treinar um funcionário recém-contratado. Durante o treinamento, conversa vai, conversa vem, fiquei sabendo que esse funcionário irá ocupar um cargo superior ao meu, com um salário maior que o meu. Tenho cinco anos de empresa e pergunto: se a empresa decidiu que eu tenho condições para ensinar alguém a fazer um trabalho bem feito, por que a vaga não me foi oferecida? Não tem alguma coisa muito errada nisso?"

Sim, tem. Mas não creio que seja o que você está pensando. A coisa errada, no caso, foi a empresa não ter lhe informado claramente os motivos pelos quais a vaga não lhe foi oferecida. O que está claro é que você é bem capacitado tecnicamente, tanto que recebeu a incumbência de preparar um recém-chegado.

Porém, ao tomar a decisão de trazer alguém de fora, a empresa deve ter avaliado outros fatores, além do aspecto técnico. Por exemplo, o espírito de liderança ou o relacionamento pessoal. Se o novo funcionário tem mesmo essas e outras qualidades, só saberá depois de um par de meses. O que se sabe é que a empresa decidiu que você ainda não tem.

Acredite, seria impossível alguém lhe pedir para treinar um recém-contratado sem que fosse levantada a hipótese de você mesmo ocupar a vaga. Isso certamente foi discutido e a decisão é que lhe falta algo. O erro, como eu disse, foi ninguém ter lhe dito o que lhe falta. Ou o que você ainda precisa mostrar ou aperfeiçoar.

Essa conversa você pode ter com seu superior. A iniciativa deveria ter partido dele, mas como não partiu, deve partir de você. Eu lhe sugiro conduzir essa conversa num tom profissional, sem cobranças, nem queixas. Pelo menos, até que você descubra se realmente tem motivos para ficar aborrecido ou irritado. Ou as duas coisas.

Max Gehringer, para CBN.

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