Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 10/08/2011, sobre as chances de uma pessoa ética ter sucesso na carreira.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Qual a chance de uma pessoa ética ter sucesso na vida profissional?'
Um ouvinte faz uma pergunta que, de certa forma, já pressupõe a resposta que ele mesmo daria. A pergunta é: "Qual a chance de uma pessoa ética conseguir sucesso na vida profissional?"
Eu diria que a chance é de 90%. Eu convivi bem de perto com cerca de 200 gestores de primeira linha nas seis empresas em que trabalhei. Posso afirmar que 90% deles eram éticos e impunham a ética no trabalho, tanto nos negócios, como no relacionamento com os empregados.
Gestores assim formam uma categoria que poderia ser chamada de "éticos anônimos". Evidentemente nenhum órgão de imprensa publica diariamente os nomes de profissionais que agem de acordo com a ética, porque isso nada mais é do que a obrigação pura e simples. Mas os que não agem e são apanhados, viram notícia de primeira página.
O mesmo tipo de generalização acontece com os jogadores de futebol. Eu nunca ouvi alguém dizer que jogador de futebol é mal pago no Brasil. Ao contrário, sempre se afirma que eles ganham exageradamente. Será? No Brasil existem cerca de 15 mil jogadores profissionais. 90% deles ganham entre dois e três salários mínimos por mês. Apenas 3% ganham mais que 100 salários mínimos. Mas essa minoria é sempre tomada como a regra, quando é a exceção. O mesmo fenômeno persegue a categoria dos funcionários públicos, que desde sempre têm sido rotulados como indolentes, quando a grande maioria não é.
Pode ser que o nosso ouvinte esteja trabalhando em uma empresa em que a ética seja atropelada e os anti-éticos sejam promovidos. Se for esse o caso, ele não deve permanecer nela. Ficar vendo coisas erradas e ficar sofrendo todos os dias por não concordar com o que vê, é uma atitude que prejudica não apenas a carreira, mas também a saúde, física e mental.
Max Gehringer, para CBN.
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