Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 17/09/2009, com uma valiosa dica para entrevistas de emprego.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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A repetição das perguntas nas entrevistas dos processos de seleção
"Estou participando de entrevistas", escreve um ouvinte, "e noto que as perguntas que me são feitas nunca muda. Isso não seria falta de imaginação dos entrevistadores?"
Não, não seria. O que acontece é que as perguntas feitas não são sempre as mesmas somente no Brasil. Com pequenas variações culturais, elas se repetem no mundo inteiro. Como você se sente trabalhando sob pressão? Qual é o seu maior defeito? Como você se vê daqui a 5 anos? Um candidato terá que encarar essas questões no Uzbequistão ou em Jacarepaguá.
Eu conversei com um entrevistador que está no ramo há 25 anos e que já entrevistou cerca de 12 mil candidatos a emprego. Ele me disse que teria criatividade suficiente para mudar as perguntas a cada entrevista, mas não faz isso, porque não vê necessidade. Ele apenas separa os candidatos em duas categorias: os que têm noção do que estão respondendo, e os que apenas decoraram as respostas.
No segundo caso, diz o entrevistador, o candidato reage como se tivesse 8 anos de idade. Quando ouve a pergunta: "Qual é o seu maior defeito?" O candidato dispara de bate-pronto: "perfeccionismo", ou "ansiedade". E aí, faz aquela cara de quem sabe que acertou, como se estivesse diante de uma professora que lhe perguntou quanto era 8 vezes 7.
A diferença entre um candidato com conteúdo e um candidato vazio, segundo o entrevistador, não está na resposta. Está na capacidade de lidar com o silêncio que vem depois. Ao ouvir a resposta, o entrevistador não move um músculo e fica encarando o candidato. E o candidato, após 5 segundos de apreensão, começa a acrescentar coisas que não havia decorado.
O bom candidato contará uma pequena história para ilustrar a resposta que deu. Um mau candidato irá travar ou se enrolar, porque já tinha respondido tudo que havia se preparado para responder, e estava só esperando a próxima pergunta.
A dica do entrevistador é: decore as respostas, como todo candidato faz, mas acrescente a elas a sua pitada pessoal de sinceridade. Parece a coisa mais simples do mundo, mas nas contas do entrevistador, só 1 em cada 10 candidatos, é capaz de formular uma resposta autêntica para uma pergunta batida. E essa resposta significa "eu sou diferente dos outros nove".
Max Gehringer, para CBN.
Um comentário:
de todas as entrevistas que fiz, que nao foram muitas, so um perguntou essas coisas do tipo "o que vc gosta? cite 3 defeitos e 3 qualidades"... a maioria me pergunta sobre softwares que eu uso e quanto eu kero ganhar
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