2011-04-03

Filme: Fúria Sobre Rodas - em 3D

Eu gosto do ator Nicholas Cage, mas ultimamente seus filmes não têm sido muito bons. Quando eles são medianamente bons, é uma surpresa. Por isso, quando vi o trailer de Fúria Sobre Rodas (ou Drive Angry no original), achei que seria a maior galhofa. Eu não estava errado quanto a isso (o filme é uma galhofa do início ao fim), mas até que consegue divertir.

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Claro, não espere muita coerência e respeito pela física e bom senso no filme, afinal o que está ali pra ser visto e apreciado são os tiros, explosões e carros a mil. Nesse quesito, o filme não é nada inovador, mas tem boas cenas, sobretudo aquelas envolvendo carros e perseguições. O 3D, que é uma das chamadas principais do filme (é alardeado que foi filmado em 3D e não convertido), está ali presente e funciona, mas a impressão é que o diretor Patrick Lussier não sabe aproveitá-lo dentro do contexto da história do filme. De fato, depois da primeira cena do filme (em que uma caminhonete faz uma curva errada só pra levantar folhas secas que ficarão legais em 3D na tela), o 3D só ganha destaque em planos óbvios, como as balas saindo de armas e vindo em direção à tela, coisa que o diretor parece ter fetiche em mostrar. De fato, ele parece estar seguindo uma fórmula que já utilizou em Dia dos Namorados Macabro 3D, seu filme anterior, que tem como único mérito o 3D. Infelizmente neste Fúria Sobre Rodas, o impacto causado pela tecnologia é bem menor.

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Fúria Sobre Rodas nos apresenta o personagem John Milton (Nicholas Cage), um cara durão e mal encarado que procura por Johan King (Billy Burke) líder de uma seita satânica que assassinou a filha de Milton e raptou a sua neta. Em seu caminho, Milton acaba topando com a gostosa do filme Piper (Amber Heard), que ele acaba carregando consigo depois de ajudá-la após aquelas típicas cenas clichê da história dela: garçonete de beira de estrada, bulinada pelo chefe gordo e porco, pede demissão e por fim briga com o namorado que a trai. Essa inusitada dupla vai atrás de King e da neta de Milton, que ainda tem que lidar com o misterioso Contador (William Fichtner), que o persegue, tentando levar Milton de volta à sua prisão. No caso do filme, o inferno. Sim, John Milton (olha a referência descarada no nome do personagem) fugiu do inferno pra impedir a neta de ser morta pelo culto satânico num ritual. Não que o culto ou o ritual funcionem, mas o que importa é o que os seguidores pensam. E estes vão fazer de tudo para que Milton seja morto. De novo.

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Com atuações caricatas de todos os atores (especialmente Burke com sua voz rouca), Fúria Sobre Rodas não tem medo de se assumir assim: caricato, um verdadeiro filme B dos anos 70 ou 80. E isso se apresenta não somente na história, mas em todo o clima do filme, desde a fotografia até a música. Nesse contexto, o filme até é divertidinho. O exagero e o caricatural são tão grandes que você acaba soltando risada do absurdo que aparece na tela, ao ver que nem o filme se leva muito a sério.

E não poderia deixar de citar outra herança dos filmes B que Fúria Sobre Rodas traz consigo: o da grande tradição de mostrar mulheres peladas. Apesar da protagonista Piper não fazer esse papel (uma pena, já que a Amber Heard é bem bonitinha), o filme não deixa de mostrar mulheres nuas. Inclusive em uma cena muito chupada (no bom sentido) de outro filme, em que o protagonista Milton enfrenta um bando de inimigos enquanto faz sexo. Entretanto, falta muito para Nicholas Cage chegar aos pés de Clive Owen mandando bala na Monica Belucci.

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Enfim, Fúria Sobre Rodas é um filme palatável se você estiver procurando uma diversão descompromissada (e desacerebrada). Assumidamente um filme galhofa e caricato, ele tem no 3D seu maior marketing. 3D que está ali e que funciona, mas que não faz com que o filme compense ser visto só por esse aspecto. No fim, eu diria que mais uma vez, Nicholas Cage fez um filme só pra pagar as contas.

Trailer:



Para saber mais: crítica no Omelete.

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