Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 04/04/2011, sobre o que fazer quando um aumento altera a faixa dos impostos e o funcionário acaba com um rendimento líquido menor do que antes do aumento.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
/===================================================================================
Rejuste salarial altera faixa do IR e diminui rendimentos do trabalhador
Escreve um ouvinte que tem uma dúvida peculiar. Ele recebeu um aumento na empresa em que trabalha. Todo mundo fala que aumento é sempre bom, mas este foi uma exceção. Com o aumento, o nosso ouvinte mudou de faixa do imposto de renda, e feitas as contas, o salário líquido dele vai diminuir. O que ele teve foi um "desaumento", se essa palavra existisse, uma vez que o rendimento do nosso ouvinte foi para cima de um lado e para baixo de outro. E ele pergunta o que pode fazer.
Bom, uma de três coisas legais. A primeira é mostrar os cálculos ao chefe e ao RH. E solicitar que o aumento seja aumentado, no mínimo, para que o salário líquido permaneça igual. Essa é a opção que para mim faz mais sentido, uma vez que nenhuma empresa vai querer ter um funcionário insatisfeito por ter recebido um reajuste.
Mas a empresa pode alegar que não tem nada com isso, se a tabela progressiva do imposto de renda representou uma regressão. Nesse caso, o nosso ouvinte poderia propor à empresa que o aumento ficasse hibernando por algum tempo, sem constar no holerite. Quando ele recebesse o próximo aumento, a empresa adicionaria a ele o aumento atual e pagaria tudo que ficou acumulado de uma vez só, na forma de um prêmio. Quantas empresas fariam isso no Brasil? Não sei, acho que não muitas, mas perguntar não custa nada.
A terceira opção é simplesmente pedir que o aumento seja cancelado, se o valor do imposto for realmente criar problemas financeiros para o ouvinte. Se não for, a melhor solução é aceitar o aumento, porque o próximo será calculado sobre ele. E também porque numa eventual mudança de emprego, o nosso ouvinte poderia discutir o novo salário sobre uma base maior.
Ou seja, pensando no médio prazo, embolsar menos agora, até que faz sentido. Já no curto prazo, somente o nosso ouvinte poderá avaliar.
Max Gehringer, para CBN.
Nenhum comentário:
Postar um comentário