Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 07/04/2011, sobre o caso da empresa demitir e readmitir o funcionário para poder equilibrar o salário deste com a média do mercado.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Demissão e readmissão pode ser solução para equilibrar salário de funcionários mais antigos
Na segunda-feira comentei o caso de um ouvinte que teve um aumento e viu o seu salário ser reduzido porque cairia numa nova faixa do imposto de renda. Muitos ouvintes atentos e bem informados me escreveram para dizer que isso é impossível de acontecer. Fica então feito o registro, com meus agradecimentos pela correção e com a constatação de que aumento é sempre bom.
O caso de hoje também diz respeito à redução salarial, mas de um modo diferente. Um ouvinte que trabalha há 16 anos na mesma empresa e na mesma função, recebeu uma proposta incômoda. Alegando que o seu salário havia ficado muito alto, a empresa propôs que o ouvinte fosse dispensado, recebesse todas as verbas rescisórias a que tinha direito e pudesse sacar o fundo de garantia. Seis meses depois, o ouvinte seria readmitido na mesma função, mas com um salário inferior ao que ganha hoje. E o ouvinte pergunta se isso faz sentido.
Faz, para a empresa. Quem fica muitos anos na mesma função e recebe pequenos reajustes anuais, mesmo que seja apenas o dissídio e nada mais, depois de alguns anos pode ficar acima da faixa do mercado.
O funcionário que ganhava 1000 reais em 1995 e recebeu reajustes anuais de 5%, o que não é nenhuma maravilha, estaria ganhando quase 2200 reais em 2010. Se a empresa consegue admitir bons candidatos para a função por 1800 reais, o salário mais alto do funcionário antigo, que faz exatamente a mesma coisa, vai gerar reclamações dos mais novos. E possíveis riscos trabalhistas, porque funções iguais devem ter salários iguais.
A demissão e a posterior contratação resolvem o problema. Mas não levam em conta fatores como a dedicação e a fidelidade dos mais antigos. Que ficam com aquela amarga sensação de ter que pagar a conta por ter feito tudo certo.
Max Gehringer, para CBN.
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