2011-09-14

Minhas impressões sobre o Museu da Língua Portuguesa - #vidadeturista

Estou na terra da garoa fazendo um curso a noite, por isso as minhas manhãs e tardes estão livres. Hoje como está frio e com jeito que vai cair uma água do céu, resolvi ficar aqui de manhã no hotel e escrever sobre o passeio de ontem. Depois de um trem e três linhas coloridas do metrô, cheguei a Estação Luz. Em frente ao frondoso Parque da Luz, onde para fãs de cultura também está localizada a Pinacoteca do estado, numa parte da reformada Estação da Luz se encontra o Museu da Língua Portuguesa.

Não sei como é o movimento ali no fim de semana, mas ontem, terça-feira, estava lotado com excursões escolares. E pouca coisa é pior visitar QUALQUER LUGAR onde caravanas e mais caravanas de pré-púberes estejam se aventurando. Portanto, fica a dica de que raramente existem excursões escolares nos fins de semana.

museu da língua portuguesa

Pagando a entrada na bilheteria, você ganha além do ingresso para o museu propriamente dito, um ingresso para as projeções que acontecem no terceiro andar. Preste atenção neste ingresso, porque as exibições têm hora marcada e aquele ingresso só vale para a próxima. E já que falei nessas projeções, vamos começar por elas. No terceiro andar do museu se encontra o auditório e o que eles chamam de Praça da Língua. No auditório, que é como uma sala de cinema, é exibido um filme de 10 minutos, exaltando a nossa língua-mãe, bem como as suas origens (de maneira resumida, claro). Com narração de Fernanda Montenegro, o filme é bacana, mas não me empolgou muito não. Achei ele um tanto pretensioso demais.

Depois que esse filme termina, você é levado até a Praça da Língua. Ali, projetam-se no teto e nas paredes um "filme" formado por poemas ou trechos de obras em português, interpretados por artistas (cantores, atores). Essas interpretações podem ser tanto representações (como um teatro de rádio) ou transformando poemas em canções. Gregório de Matos, o Boca do Inferno, por exemplo, tem um de seus poemas mais famosos (O que falta nesta cidade? Vontade...) em uma música de protesto meio rap, meio hip-hop (ou algo parecido, não sou um grande conhecedor desses gêneros musicais). O que importa é que são interpretações bastante interessantes, e que superam, em matéria de conteúdo, o filme na sala anterior. Infelizmente, o espaço deixa um pouco a desejar. O filme, que é projetado no teto, sofre um pouco com o teto da estação, com as vigas de ferro expostas (porque nota-se claramente que o filme foi feito pensando-se numa abóbada uniforme). Entretanto, esse pequeno problema arquitetônico acaba logo ficando despercebido, conforme nos acostumamos com isso. E claro, o chão, tomado por monitores com trechos de obras, acaba chamando também bastante atenção (positiva).

museu da língua portuguesa

O primeiro andar do museu, que abriga exposições temporárias, estava em reformas ou em processo de montagem da próxima exibição, portanto, interditada.

O segundo andar abriga várias exposições multimídia. Um dos principais atrativos é o grande mural a esquerda, onde em mais de 100 metros de muro, são projetados diversos filmes ao mesmo tempo. Ontem esse mural passava três filmes simultâneos. Entretanto, devido ao barulho proporcionado pelas inúmeras excursões escolares, o entendimento dos filmes ficou prejudicado. Apenas no último segmento, onde naturalmente se aglomeravam menos pessoas (e onde a acústica é melhor), consegui ouvir um filme inteiro. O segundo segmento é o pior em termo de acústica, já que neste segmento ficam exposições por toda a largura do museu, então o som se dissipa e o filme que passa é difícil de ser ouvido.

Além desse mural, o segundo andar também tem vários quiosques multimídia, onde o visitante pode tocar nos monitores para ouvir o som das palavras, ou então comandar um cursor por um mapa (graças ao Google Maps) que abrirá um vídeo mostrando um pouco de como a língua falada tem características peculiares conforme a geografia do Brasil.

museu da língua portuguesa

Além desses recursos inovadores, ainda há espaço para algumas exposições a moda antiga, com objetos em vitrines e um mural estático, onde é mostrada a história de nossa língua, no começo com três linhas (a do português com origem no latim, a indígena natural do Brasil pré-Cabral e a das tribos africanas), que a partir de determinado ponto, se unem para formar o que hoje entendemos por português (brasileiro).

Resumindo, o Museu da Língua Portuguesa é um local interessante para ser visitado. E se você é um amante da língua, vai gostar ainda mais com tanta exultação dela. A entrada, que é baratinha (6 reais) vai lhe proporcionar um bom tempo ali. Se você for assistir aos filmes no terceiro andar, reserve pelo menos uma hora e meia para ficar ali. E ah, se você conseguir (ou tiver sorte), ir num dia sem excursões escolares é bem melhor.

Informações: site do Museu da Língua Portuguesa.

2 comentários:

CintiaYamane disse...

oh que bacana colega! vc foi em algum lugar que a gente ia???
essas fotos são suas???

Andarilho disse...

Não e não.

Eu nem lembro de nenhum lugar que a gente ia.